domingo, 8 de setembro de 2013

PhD Em Você!

[ Esse post fica perfeito se for lido ao som de The Beatles - I Want To Hold Your Hand ]

Sabe, é claro que eu preferia não escrever sobre você, eu poderia escrever sobre o garçom que me serviu o almoço hoje, ou sobre o barman que me serviu uma dose de José Cuervo ontem à noite. Sim, eu poderia e deveria escrever sobre o cara na fila do mercado que me olhou e me encarou como se estivesse vendo a sua futura namorada à sua frente, ou, a sua futura transa.

Eu deveria, mas não estou.

Eu deveria escrever sobre as manifestações que estão acontecendo país á fora, isso sim, é um assunto de interesse a todos. Eu deveria escrever sobre a crise mundial, até mesmo sobre os conflitos no Oriente Médio, mas, o que eu posso fazer se o assunto que domino e sei escrever com maestria é sobre você? Foi com você que dividi momentos, foi com você que construí uma história, é verdade, talvez essa "nossa história" não chegaria a dar um bom livro, mas ainda sim, foi a nossa história, com brincadeiras que só nós dois fomos capazes de rir, com códigos "secretos" que só nós dois fomos capazes de decifrar, com olhares, que só nós dois fomos capazes de experimentar.

Sim, eu poderia escrever sobre como você fica magnífico e insuperável ( e tantos outros adjetivos ) com aquela camisa azul petróleo, mas, não sei escrever sobre a Transposição do Rio São Francisco. Eu poderia escrever sobre como você fica gracioso quando morde os lábios ao estar próximo à explodir em uma outra dimensão de prazer, mas, não sei escrever sobre os avanços com as pesquisas sobre as células-tronco.

Eu ainda poderia escrever sobre como o seu sorriso se abre espontaneamente quando minha boca vai ao encontro da sua, mas, não me peça para escrever sobre o Holocausto, sobre armas de destruição em massa e até mesmo sobre Melquisedeque, eu não saberia escrever sobre esses assuntos com tanta destreza quanto sei escrever sobre você.

Se alguém me pedir, até posso arriscar a escrever sobre a Atlântida, o continente perdido, mas, garanto que posso escrever com mais perfeição sobre as suas alternâncias de humor, sobre como você mexe os pés sem parar quando está ansioso, sobre o quanto você gosta de desafios e precisa deles para se manter motivado.

Eu não queria escrever sobre o quanto eu gostaria de fazer com você aquela viagem sem destino com uma mochila nas costas, eu não queria escrever sobre o quanto eu gostaria de "pegar a estrada" em um final de semana qualquer, com a mão sobre a sua perna, ao som de quem sabe Beatles, sentindo o vento chicotear os meus cabelos, rumo à algum lugar qualquer.

Mas, o que posso fazer se eu me tornei PhD em você?


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