sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

O caos que eu gosto.

[ Leia ao som de Coldplay - Paradise ]

E 2013 foi para mim um ano caótico. E como eu amo o Caos! Foi daqueles anos, tipo começando do zero, sabe? Daqueles que vira tudo de ponta cabeça e ainda dá uma chacoalhada para garantir que nada ficará no lugar. Ah, essa sensação que o caos provoca na vida da gente é tão boa, nos faz sair da nossa zona de conforto e dá aquele empurrão para que possamos buscar aquilo que queremos. Isso não é fantástico?

Há quem discorde, é claro. Sei que muita gente teme esse caos, não posso julgar quem assim se sente, afinal, sair da nossa zona de conforto quase sempre nos traz consequências, mas, para mim, o magnífico nisso tudo, são exatamente as consequências, tipo efeito borboleta, onde o bater das asas dela aqui, é capaz de desencadear uma sequência de fenômenos  meteorológicos do outro lado do mundo. Gosto de acreditar que essas consequências podem na verdade, ser recompensas. A gente nunca sabe o que vai ser, mas, por isso, quando digo que esse ano foi para mim, um caos, estou simplesmente afirmando que ele foi um ano de consequências e recompensas.

Parafraseando com a Cássia Eller:, o segundo sol chegou para mim nesse ano, realinhando as órbitas dos planetas. Algumas estrelas, se apagaram, mas, tantas outras nasceram que nem tive o direito de reclamar o brilho que se apagou. Fiz escolhas. Algumas escolhas me fizeram. Recomecei a minha lista, e esse foi um dos efeitos do caos, saí da pequena e aconchegante zona de conforto e recomecei linha por linha, a escrever os meus desejos. Isso, me levou à alguns passos mais próxima de realizá-los.

Talvez, o mais próximo que eu chegue de sentir a sensação de ficar sem ar ao voar de parapente, seja dentro daquelas salas de simulação, talvez, minhas pernas travem quando eu precisar delas para subir no cesto do balão, talvez, demore muito para eu conhecer a Noruega, talvez, eu vá somente para a Irlanda. Talvez, eu não mude a vida de ninguém, talvez, eu volte a fazer psicologia. Talvez, eu presencie um milagre. Não, espera, para esse item da lista, eu não permito de forma alguma o talvez. Tenho esperado por esse milagre há algum tempo, não posso dar a ele a chance de talvez acontecer. Mas, talvez, eu escreva pelo o resto da minha vida e algum (ou vários) dos meus livros, venha a se tornar um "best-seller". E por que não? Talvez, eu compre a casa dos meus sonhos. Talvez, eu refaça essa lista várias e várias vezes.

Talvez, nada mude no ano seguinte, inclusive tudo, entretanto, sem dúvida, 2013, foi para mim o melhor ano caótico de todos. Sou grata por cada consequência e recompensa que esse caos desencadeou. E que o meu próximo ano, seja tão absurdamente caótico quanto esse. E que assim seja.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

O amor, é coisa de gente fraca.

[ Leia ao som de Of Monsters and Men - King and Lionheart ]

Não é pra todos. Para dizer a verdade, é para poucos. Poucos são os que se arriscam nas tortuosas trilhas do tal amor. Alguns, até se atrevem a percorrê-las, cheios de coragem, mas, poucos quilômetros depois, desistem e buscam o primeiro atalho que os levará para um lugar seguro. Retornam para as suas conchas. Ele não é também para quem não tem jogo de cintura para superar os obstáculos que surgem no decorrer da trilha. E como há obstáculos nessas trilhas. O amor, é para quem tem coragem de abrir os braços e gritar para o mundo que está amando, é para quem não tem medo de escorregar e se ralar nas temíveis decepções que com ele caminham.

Estar em "estado de amor", é se permitir ser tolo, ridículo e patético. É perder a respiração na tentativa de guardar por mais tempo o cheiro gostoso da pessoa amada, é fechar os olhos e rir sozinho com a doce lembrança do último beijo. É desenhar corações em qualquer papel em branco que vê pela frente. É ouvir Taylor Swift e cantar com ela, sentindo como se cada música foi escrita especialmente para você. É chorar. Rir. Se contorcer de dor por dentro. Suspirar com um abraço. É andar no escuro e correr riscos. É saber recuar. É ter convulsões de sorrisos e epidemias de lembranças que não se apagam.

Os corajosos que se atrevem a senti-lo, sabem que amor, é coisa de gente fraca, fraca demais para temer senti-lo, fraca demais para passar pela vida sem experimentar o gostinho de tirar os pés do chão e caminhar nas nuvens como se elas fossem de algodão. É coisa de louco, e para louco, sabe? E como é bom ser louco.

Amar, é começar. Recomeçar. De novo. E novamente. É perder as esperanças. E as forças. E ainda sim, se sentir forte para se arriscar a senti-lo novamente. É acreditar, mesmo quando todas as circunstâncias, dizem que você deve desistir.

O amor, é para poucos, porque ele não é um lugar como muitos pensam, nele, não há a tão sonhada calmaria. O amor, é um caminho, que só percorre, quem tem medo. Medo de não senti-lo.


domingo, 24 de novembro de 2013

Se não sou eu, a garota boa o suficiente para você


Se não sou eu, a garota boa o suficiente para você, não desperdice o seu tempo comigo como se eu lhe tivesse importância, como se você gostasse de ficar comigo e eu lhe fizesse bem. Esquece esse lance de vamos somente curtir, porque esse só curtir começou a doer aqui em mim, se não sou eu a tal garota, não temos mais o que curtir, me deixa quieta no meu canto que eu me refaço sozinha, saio do meu fundo do poço e em pouco tempo, volto a viver novamente. Para, por favor, de dizer que estou linda, de reparar nos pequenos detalhes, porque toda vez que você faz isso, eu volto a acreditar que você se importa comigo como se houvesse alguma chance de eu ser a sua garota. Deixa eu me recuperar de você ouvindo a discografia completa de James Blunt e cantando em meu quarto cada uma das dezenas letras, imaginando que elas combinam perfeitamente com você.

Se não sou eu, esquece o fato de sermos tão parecidos em nossas diferenças, esquece o fato de eu ter começado a gostar da sua religião, só porque você fala dela com paixão e me ajuda a esquecer que com você sinto que estou completa. E, quando me ver, não sorri daquele jeito que me tira o ar e não segure o meu olhar no seu como você sabe fazer tão bem e vê se não diz mais que só fala sobre os seus sentimentos para mim, acho que não tô mais afim de saber deles, se eu não estou neles. Friendzone entre nós dois é tudo o que eu não preciso agora. Aproveita também e para de chamar de nossa história, tudo (ou nada) que vivemos, o nossa já não existe mais e agora, é somente uma história ou, um conto, talvez.

Se não sou eu, a garota boa o suficiente para você, não me mande mais mensagem dizendo que viu umas fotos antigas suas, na casa da sua mãe e que lembrou de mim e quis compartilhar aquele momento comigo, porque não faz sentido algum você querer compartilhar algo tão nostálgico e gostoso com alguém que não é assim, boa o suficiente para você. E é por isso que estou abdicando da melhor sensação do mundo: A das suas mãos na minha cintura enquanto sua boca gentilmente beija a minha. Você não sabe quanto sacrifício essa decisão envolve, porque quando fecho os meus olhos, sinto como se você estivesse a segurando, como fez da última vez, e da penúltima e das outras também.

Se não sou eu, continue então na sua busca incessante e não se preocupe comigo, eu ficarei bem. Vá encontrar a sua garota perfeita, porque quando você a encontrar, você não sentirá vontade de ficar com mais ninguém, você pensará nela nos momentos mais tristes da sua vida e desejará a presença dela ao seu lado, você também a desejará  toda vez que tiver uma experiência feliz. Quando fizer uma viagem, é a companhia dela que você vai querer e aos sábados à noite, não mais se importará de ficar em casa, desde que ela esteja deitada no sofá com você, com um balde de pipocas e uma barra de chocolates. Talvez, nem seja necessário os chocolates, quem precisa de endorfina quando se está apaixonado e se está ao lado dessa pessoa, não é mesmo?

Eu não estou pedindo muito, não quero uma bolsa Tom Ford, um vestido Chanel, ou uma joia da Tiffany & Co, só estou pedindo que seja sincero comigo.Então, se não sou eu essa garota, diga de uma vez, porque eu te seguira para aonde você fosse, mas, estou começando a desistir de você.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Carta sobre o plano da felicidade


Eu sei que talvez você me ache uma pessoa de pouca fé, mas olha, eu não sou não, é claro, eu acho que jamais conseguirei entender e saber falar de cor algum versículo de Tiago, tampouco recitar algum capítulo de Corintios, mas eu tenho a minha fé, eu só ando indagando algumas coisas que me deixam confusa e isso inclui os tais planos de Deus. Quando você usou a frase " Deus tem um plano para tudo", foi como se tivesse enfiado uma estaca em meu peito, porque você tocou no ponto exato da minha dúvida. Na verdade, você disse: Deus tem um plano para nós e completou a frase dizendo algo parecido com plano da felicidade, confesso que me perdi um pouco, não porque eu não estava prestando a atenção, mas é que as suas palavras me afetaram de uma maneira tão profunda que enquanto você falava, eu me perdia em meus próprios pensamentos e... Sentimentos. Me senti como uma menininha, confusa e perdida.

Sabe, está um pouco complicado entender esses tais planos. Por que não consigo vê-los? Percebê-los? Por que constantemente me pego indagando (e indagando a Deus) o que Ele está esperando para então colocar em ação todos os planos que Ele tem para mim? (eu só queria que nós estivéssemos nos planos Dele) e esse é um dos motivos da minha indagação. Por que? Por que você? Por que sim e por que não?

Eu sei também que é inútil  tentar entender os motivos que nos levavam a viver isso ou aquilo, que nos fazem conhecer essa pessoa ou a outra, que permite nos apaixonarmos por ele ou por ela (ou por você), mas, como não tentar entender? Quando sentimos que algo está errado, acho que o primeiro sintoma é exatamente esse, o da indagação, não é?

Nossa, olha eu aqui desabafando com você sobre as minhas dúvidas para com Deus. Não é estranho isso? Tantos assuntos a serem falados, tantas coisas para serem escritas nessa carta e eu só consigo falar sobre os tais planos da felicidade, felicidade essa que sinto verdadeiramente quando estou com você, será que você estava nos planos Dele para mim? Se sim, ele deve ter montando um plano mais ou menos assim: Você vai conhecer o amor, ele lhe tirará o fôlego e também o chão. Ele fará você chorar de alegria algumas vezes, mas, fará você chorar de dor também tantas outras vezes, e , não duvide dos meus planos só porque você chorou, ele não é perfeito e poderá te magoar. Ele ainda te fará sentir borboletas na barriga e frio no estômago, você sorrirá satisfeita quando os olhos dele segurarem os seus e você terá vontade de se afundar dentro dele, de fazer dele, o seu porto seguro. Você desejará todas as noites, silenciosamente, que ele sinta por você o mesmo amor que você sente por ele. E então, é nesse momento que você perceberá que os meus planos para você é exatamente esse, o de lhe mostrar o verdadeiro significado da palavra felicidade, dando valor aos pequenos momentos, momentos que passará com ele, antes de, perceber que ele não está nos meus planos para você. Os meus planos para você, é ter fragmentos de felicidade e não ele.

É... acho que esses são os planos de Deus para mim. E o que me resta, é entendê-los.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

O mantra da mentira


E como é difícil estampar um sorriso no rosto e chorar por dentro. Cada vez que afirmo para você que estou bem, repito dezenas de vezes a mesma frase para mim mesma, como se fosse um mantra, para que quem sabe, eu me convença da mentira que ando contando. Mas, e daí? Você não precisa saber o que se passa e acontece aqui dentro, não mais. Sei que sou capaz de continuar com essa encenação, até que ela não seja mais uma encenação e passe a ser uma verdade.

Tá certo, as borboletas no estômago diminuíram, talvez seja porque ando bloqueando em minha mente, qualquer coisa que me faça lembrar de você, mas, elas não fugiram por completo, há algumas que ainda insistem em voar dentro de mim. Eita coisa difícil essa, controlar o frio na barriga que ainda aparece quando te vejo. Difícil fingir para você não sentir mais nada. A frase 'eu tô bem" está se tornando sinônimo da palavra "mentira", logo eu, que sempre fui tão autêntica e intensa, sempre defendi a bandeira do errar por fazer do que o sofrer com a inércia. Eu fiz, e agora, tudo o que busco em relação a você, é essa tal de inércia.

Às vezes, me sinto como uma personagem dos livros de Shakespeare, tão cheia de dramas, tão sonhadora, tão perdida em meu próprio mundo. Mas, isso, você também não precisa saber, a partir de agora, vou lhe contar somente o que é bom e se não for, eu invento e faço ser. Não quero mais esse sentimento de necessidade de você, de falta de você, de vontade de você. Eu tô aos poucos, bem pouquinho mesmo, começando a encontrar prazer em outros sorrisos, esperando para ver acontecer aquela frase brega e clichê: A fila anda. Eu quero muito que ela ande, por enquanto, tá se rastejando, já é alguma coisa, não é?

Não quer dizer que seja fácil, superar um amor de verdade nunca foi e nunca será uma tarefa simples, amar e deixar de amar, é tarefa para os fortes e também não quer dizer que eu seja forte, mas, eu decidi tentar e espero de verdade conseguir, mesmo que eu não o tire por completo de dentro de mim, eu quero pelo menos conseguir seguir em frente, aceitando o nosso fim, aceitando o nosso destino, ou, nossas escolhas.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

O rascunho de uma carta

[ Leia ao som de James Blunt - Tears And Rain

Eu já comecei e apaguei esse mesmo texto por no mínimo três vezes. Meus dedos  já percorreram o Del por tantas vezes que cheguei a achar que eu não seria capaz de sair da segunda linha. Desisti, estou apenas escrevendo, sem me preocupar com os efeitos colaterais das palavras. Estou despejando um pouco do que eu gostaria de dizer olhando em seus olhos, eu preferi assim, escrever, porque já conhecemos os efeitos colaterais que a sua presença perturbadora causa em mim. O tipo de conversa cara a cara não iria acontecer, porque seu eu tivesse a oportunidade de ficar de frente com você, não a desperdiçaria para vomitar em você o meu vazio. Eu iria querer o seu beijo.

Fomos tão bons juntos, o tipo errado de casal certo, sabe? Nos conectamos de uma forma tão singular que eu cheguei a acreditar que seria assim por um bom tempo. Um tempo mais longo.  Na verdade, eu estou transbordando um mix de emoções e sentimentos um pouco desconhecidos para mim, não tenho muita experiência no quesito rejeições, sou um tipo estranha de pessoa, sei me jogar, mas, não sei nadar. E o tipo errado de casal certo foi deixando de fazer sentido. Você foi deixando de dividir comigo as suas conquistas e eu sufocando as minhas comigo. As suas dúvidas e agonias, nem sei mais se ainda são as mesmas. Eu queria saber.

Já troquei minha playlist e deletei as músicas que me fazem lembrar de você. Mentira. Elas estão todas em uma pasta, na mesma pasta, como sempre estiveram, eu só não tenho coragem de ouvi-las mais. É doloroso ouvi-las. Elas contam histórias. A nossa história.

Tive vontade de te mandar uma mensagem no final do dia, mas, desisti, como tenho feito ultimamente. É que se eu não der esse passo, me manterei segura. E tô precisando um pouco dessa sensação agora, você me deixou vulnerável e desprotegida, me fez perder o medo, mas também, o meu escudo. Estou parando de olhar as suas fotos, você parece não sorrir mais para mim quando as olho. Por Deus, como eu já sorri só por olhar uma foto sua e lembrar da sua boca gentil, tocando a minha. O beijo mais gostoso, sempre será o seu.

Eu perdi um pouco o controle. Você se controla demais. Já soltou as rédeas dos seus sentimentos alguma vez? Um dia, cheguei a achar que estava próximo a fazer isso, aí, algo aconteceu e parece que lhe fez recuar. Pode ter sido também somente a minha imaginação né? Talvez, você nunca tenha afrouxado as rédeas de fato. Fato é que eu gostaria que tivesse feito.

Eu queria te ver fazendo algo inusitado, sem planejar. Queria te ver saindo do eixo e queria ser eu a responsável por essa queda livre na gravidade zero. O problema é que você não me procura mais (e é aí que entra a tal da rejeição).Outro dia, usei aquele vestido que você gosta, mas, você não reparou. Hoje, coloquei meus cabelos de lado, tinha a esperança de que você iria falar algo, mas, fui obrigada a aceitar o silêncio das suas palavras. E tudo o que eu queria, era ouvir você dizer que me adora.

Apaguei de novo algumas frases. Melhor sem elas. Achei que escrevendo essa carta, seria mais fácil, engano meu. Acho que vou salvá-lo como rascunho e esperar a coragem voltar. Aí, escrevo pra você, tudo aquilo que na sua frente, sou incapaz de dizer.

Por enquanto, ela será apenas um rascunho. Como eu acho que fui para você.



segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Tudo o que você foi

[ Leia ao som de Adele - Don´t You Remember

Se sentir um vazio é uma forma de sentir, então tenho que buscar outra palavra para exemplificar o que eu não senti, porque foi o que aconteceu. Quando você disse que estava com alguém, eu vivenciei a ausência do sentir, não senti dor, não senti raiva, não senti vontade de chorar, não senti aquele aperto no estômago, não senti mais o amor.

Amor... aquele sentimento calmo e pacífico que um dia, com os dedos entrelaçados nos seus, eu descobri sentir por você,  foi o resultado da louca paixão que durante um bom tempo caminhou silenciosamente comigo. Hoje, eles já não existem mais. E a saudade que você diz sentir, antes de assumir estar com outro alguém, parece não mais fazer parte da minha realidade, já não sinto mais essa mesma saudade, ela já não me corrói como antes, nem me tira lágrimas dos olhos, tampouco, me aperta o peito.

Eu não espero mais pelos os seus elogios, não derreto mais com os seus olhares, não tremo mais com os seus sorrisos. Tudo mudou entre nós e eu tô bem.

O seu jeito confuso, ácido, engraçado e charmoso perdeu o efeito sobre o meu corpo, estou voltando a me possuir, a comandar as minhas ações e também reações. Aquela taça de vinho que nunca tomamos e aquela viagem que não fizemos, agora, tanto faz. O golpe no estômago que eu sentia toda vez que eu te via usando aquela irritante camisa que eu tanto gostava, não me atinge mais, hoje, sou capaz de passar por você no meio da rua e lhe olhar nos olhos sem desviar, não desvio mais, porque você não me atinge mais. Tudo o que você foi, já foi, não é mais.

E você foi... o motivo dos meus sorrisos, dos meus suspiros, dos meus risos. Você foi o melhor abraço, o beijo mais gostoso, a transa mais fascinante. Foi o ponto e vírgula, dos beijos urgentes, a reticencias das palavras não ditas, as aspas das frases subliminares, e agora, o ponto final da nossa história. Você foi o lado bom do que era ruim, você foi o sol da meia noite, a minha chuva no sertão, o meu mundo e o meu tudo.

Tudo... O tudo que virou o nada e o nada que virou tudo.




sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Prazer, essa sou eu.


Hoje acordei com um propósito, sabe aqueles dias em que você pensa em fazer algo diferente? Pois é, esse foi o propósito: fazer algo que eu não costumo fazer. E você deve estar se perguntando agora:
- Mas que propósito foi esse que até mereceu um post sobre ele? Não, eu não acordei decidida a mudar a cor do meu cabelo, ou a  fazer uma tatuagem, ou, a saltar de bung-jump, embora a última opção ainda me tente devido ao medo que tenho de altura, fazê-lo, seria um ótimo propósito de superação, mas, como eu disse, não foi essa a ideia que tive, eu apenas acordei decidida a ir trabalhar sem salto alto. Simples assim, para alguns... Nada simples, para mim...Eu me propus a isso, e talvez pareça estranho e pequeno para muitos, mas, seguir em frente com a minha maluca ideia, não foi tão fácil para mim. Não para mim. Eu, que em dois anos de trabalho na mesma empresa, me permiti fazer tal ato simples, somente uma vez, essa, foi a segunda.

Dez minutos depois, a caminho do trabalho, já bateu aquele arrependimento, vontade de voltar para casa e escolher entre os vários sapatos de salto, um que me elevasse novamente. Mas, estava com o horário travado, e se, em dois anos, essa foi a segunda vez que tive essa ideia insana, nesses mesmos dois anos, nunca cheguei atrasada e não seria justo chegar só porque acordei com vontade de mudar. Segui em frente, nada confiante com a minha decisão. E você deve estar dizendo agora: - Garota, que drama é esse? É só um salto e nada mais... Eu sei, você está pensando algo a respeito e é por isso que preciso lhe explicar, não é somente a ausência do salto que tava pegando, foi a sensação estranha que senti quando comecei a andar pelo corredor da empresa que me fez ter a certeza de eu definitivamente havia tido a ideia errada, me senti como se estivesse nua, como se algo me faltasse, algo que praticamente já fazia parte de mim, os meus doze (às vezes quinze) centímetros a mais, eles começaram a fazer falta e esse sentimento de vazio, de nu explícito, me perseguiu ao longo da manhã, quando cada pessoa que me via, comentava que eu estava baixinha, pequenininha, diferente.

Sim, eu estava diferente, não que eu tenha problemas emocionais em relação ao meu tamanho, não tento escondê-lo, faço piadas dizendo que não tenho tamanho para fazer isso ou aquilo, e além do mais, não sou assim tão baixinha, a verdade é que eu gosto da sensação de poder que o salto me dá, como se eu adquirisse confiança quando estou em cima de um belo par de sapatos altos, fora que acho que a mulher fica mais bonita, elegante e por que não, sexy, em cima de deles.

E foi somente no final do dia que pude perceber o quanto eu estava preocupada em me manter "protegida" atrás dos meus saltos, sim, eles me protegem, ou, protegiam, porque agora eu percebo que pela primeira vez, me conformei em não vender para ninguém a minha imagem, eu fui trabalhar fantasiada de mim mesma,  sem me preocupar em agradar alguém, sem esperar a aprovação de ninguém. Eu fui porque decidi ser eu mesma e agora eu entendo a metáfora toda desse negócio, eu me libertei de algo que nem eu mesma tinha conhecimento e que me prendia, eu não acordei com um propósito de ir trabalhar sem salto alto, eu acordei com o propósito de fazer algo que me libertasse de mim mesma, que me permitisse ir além, o meu além.

Talvez, quem sabe, um dia eu consiga ir de havainas ao mercado, andar de rasteirinha pelo parque. Ainda é muito para fazer, mas, prazer, porque essa sou eu;

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

O que ela quer - Uma crônica sobre o que as mulheres precisam

[ Leia ao som de Pink - True Love - fit. Lly Allen ]

O que toda mulher quer, não é encontrar aquele "cara perfeito"  das histórias que ela costumava ler quando era criança, por mais fantástico que seja ter um príncipe encantado só para si, ao contrário do que pensam muitos homens, não é isso o que a mulher procura. O que ela procura, é algo muito menos exigente do que isso, talvez seja esse o motivo da grande dificuldade que se tem hoje em dia de se encontrar.

Ela quer alguém que tenha defeitos, porque ela sabe que também os possui e seria penoso demais estar ao lado de alguém que se acha perfeito. Ela quer alguém que lhe faça surpresas em dias "normais", não precisa ser um carro-mensagem-brega, talvez, um cartão de Eu Te Amo, em cima da mesa da cozinha, resolva. Ela quer alguém que respeite o seu silêncio, mas que também não respeite, que a questione quando ela estiver calada além do normal, isso a faz se sentir bem, querida, amada. Ela precisa de alguém que lhe confidencia momentos de vida, mas, que também seja ouvinte, que não apenas responda à sua pergunta se está tudo bem, ela precisa de alguém que devolva a mesma pergunta, querendo saber se com ela também, tudo está bem.

Ela quer alguém que não esqueça de lhe fazer elogios quando ela colocar aquele vestido especial, certamente ela não deixará de elogiar ele quando o ver vestido em uma roupa pouco usual. Ela quer alguém que não se irrite com a irritação pré-menstrual dela. Sim, grande parte das mulheres sofrem desse mal e acreditem, se os homens se irritam com elas, não fazem ideia do quão irritadas elas já estão. E sim novamente, a mulher nesse período, tende a ficar mais carente, ou, melindrosa, como os homens costumam dizer, não importa, desde que eles sejam capazes de "sacar" esses melindres e dar à elas, um pouco mais de atenção. No fundo, ela só quer ele lhe diga que tudo vai ficar bem.

Ela quer alguém que não perca aquele jeito mágico do começo da relação, onde ele sempre é capaz de reparar na cor do seu batom, no salto do seus sapatos, nos botões do seu vestido, no corte do seus cabelos.

Ela quer alguém que a desafie, que não concorde sempre com ela, embora ela adore estar certa, ela sabe que nem sempre está, ela se mantém firme em sua afirmação de estar para ver se o cara vai desafiá-la, ou vai se calar. Não, se calar nem sempre é bom, não precisa ser uma DR, mas, se você homem, está lendo esse post, quando você tiver certeza de que estão certo, mostre de forma calma, o seu ponto de vista e a convença com o seu melhor argumento, alinhado ao seu melhor beijo, isso ganhará o respeito dela por você. Nada mais detestável do que o famoso "Então tá" usado pelos homens.

Ela não quer um ator de cinema ou um personagem de livro de romance, ela só quer e precisa, de alguém que lhe dê atenção, alguém que a faça se sentir inspirada, alguém que faça carinho em seus cabelos enquanto assistem juntos mais um capítulo da novela das nove. Ela quer alguém que lhe massageie as costas quando o peso do dia, tenha lhe recaído ao fim do mesmo.

A mulher, não quer alguém para estar atrás dela ou na frente dela, ela quer alguém para segurar a mão e caminhar ao lado. E isso, não é querer demais.

domingo, 20 de outubro de 2013

Consequência ou Recompensa

[ Leia ao som de Michael Bublé - Closer Your Eyes ]

E por falar em saudade, por onde você tem andado que não o vejo mais cruzar o meu caminho, tampouco a minha vida?
Fui eu quem mudou de rota ou será que nós dois decidimos silenciosamente seguir por trilhas diferentes? Eu não sei, estou um pouco confusa com o seu nada sutil desaparecimento, só sei que como uma espécie de estigma, você me persegue, ou melhor, não você propriamente, mas o que eu vivi com você. Nossas músicas, nossas piadas e gracinhas, tudo parece me perseguir, até mesmo o seu nome, que parece piscar em todos os letreiros da cidade, parece estar em todos os crachás dos atendentes que encontro por aí, parece ser a minha sombra. Acredita que outro dia encontrei no mercado uma garrafa de pinga com o seu nome? Pois é, se você decidiu mudar de trilha, sinto dizer que algo ficou para trás, algo que ainda nos prende um ao outro, algo que talvez não tenhamos resolvido como deveríamos.

Eu não quero te forçar a mudar de trilha, nem te convencer a seguir a minha, eu só quero que você se pergunte se te faço falta como você faz para mim. Não é pretensiosismo meu, você me conhece e sabe que essa característica não combina comigo, é só algo que dentro de mim grita dizendo que você sente a minha falta para contar como foi o seu dia, pra falar besteiras, pra falar sobre crônicas e músicas, pra soltar palavras sobre os sonhos que tem e pra me cantar com aquela sua cantada clichê que eu tanto adoro.

Você não pode negar que se existe opostos perfeitos, esses somos nós, porque vejo em você a parte que em mim falta, é tão fácil te acompanhar, tão fácil sorrir com você e sorrir pra você que fico na dúvida de como será com outra pessoa, se eu saberei ser eu mesma como aprendi a ser com você. Talvez seja isso, talvez o meu medo não seja o de não tê-lo mais, afinal, nem sei se um dia eu o tive, talvez o meu medo seja de me perder de mim mesma, de não me ter mais, não ter mais a parte de mim que você resgatou e trouxe à vida.

Cada escolha, uma consequência, ou, recompensa. Estamos aprendendo a fazer as nossas escolhas, talvez, eu ainda não tenha feito a minha, talvez, eu esteja esperando você fazer a sua, talvez, esse seja o problema... Só sei que se estamos mesmo seguindo por rotas distintas, precisamos cortar de vez essa corda emocional que nos amarra e lidar com as consequências, ou recompensas.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Recuperação de você.

[ É claro, recomendo ler ao som de Zeca Baleiro - Telegrama ]

Então, as olheiras estão diminuindo, pelo menos, quando me olho no espelho, já não vejo mais aquelas terríveis manchas roxas que circundavam os meus olhos, obscurecendo o meu olhar, entristecendo a minha imagem. É que já faz alguns dias que não choro por você. É verdadeiro o tal ditado que diz que tudo passa, da mesma forma que sentimos que o mundo está desabando por causa de um porre bem tomado, no dia seguinte, a unica sensação que fica é a estúpida dor de cabeça, (mas, ainda sim, o mundo continua lá, girando e mantendo o seu papel no universo), quando algo acaba, a gente acha que esse mesmo mundo vai despencar, estagnar, se estraçalhar, a gente não aceita e não acredita que mesmo que leve alguns dias, ou na pior das hipóteses, meses, tudo vai voltar ao normal e que a dor, vai passar.

Passou. Eu me curei do porre de você, já não preciso mais das doses diárias do seu sorriso, já não tremo mais em abstinência quando te vejo e aquela sensação de embrulho no estômago, também desapareceu. Assim como a sua imagem em minha mente, que fica cada vez mais fosca e trêmula, já quase como um fantasma do meu passado. Sim, eu quis por diversas vezes, ter uma overdose de você, houve um tempo até que eu sentia a necessidade de injetar na veia um pouco do seu olhar confuso, porque no fundo, eu adorava me perder nele.

Hoje, sinto que aquela vontade surreal de mergulhar em seu mundo, parece já não me atingir mais, se ontem eu quis ir com você naquela viagem dos sonhos, hoje, lhe desejo apenas "boa viagem", eu também já não faço mais questão de saber sobre a sua rotina, há alguns dias atrás, eu até quis ir com você naquela loja de móveis, te ajudar a escolher o sofá novo da sua casa nova, eu queria estar com você para garantir que você fosse escolher o melhor sofá para nós dois, para estrearmos em uma noite ao som de Zeca Baleiro, tomando uma taça de Casillero Del Diablo, agora, já não quero mais, aceito o vinho e me embalo ao som de Telegrama, mas, sentada em meu sofá, sozinha.

Também já não me contraio mais toda vez que te vejo usando a "minha" camisa predileta, agora, é só mais um cara com bom gosto para se vestir. Estranho isso, não é? Logo eu que desejei ser para você aquela pessoa que você nem sabe que procura, agora, aceito com sinceridade o desfecho da nossa não relação.

Estou em recuperação de você,  e começo a acreditar que assim como as olheiras roxas, vai passar e eu vou sim te superar.

domingo, 13 de outubro de 2013

Eu sinto muito.


Eu sinto muito se ultrapassei os limites, me jogando escancaradamente na sua vida. Se eu soubesse que você jamais estaria disponível, eu teria segurado a minha vontade de estar com você e calado a voz que ecoa aqui dentro, que grita o seu nome no crepúsculo da noite. Eu devo ter entendido tudo errado, porque juro ter ouvido você chamando o meu nome em alguma noite solitária qualquer. Eu nunca fui de me arriscar tanto, acontece que com você, eu cegamente pulei, me atirei ao mar profundo sem boia, sem corda, sem saber nadar. Você me causa a estranha sensação de encorajamento, aquela que sentimos quando estamos bêbados, sabe?

 Eu sinto muito se acabei esperando que você fizesse por mim coisas que talvez nem eu faria. Não é fácil ser eu mesma. Não é fácil para qualquer um querer se dedicar à minha personalidade maluca do tipo sensível ao extremo. Me desculpa por tê-lo envolvido nessa confusão. É que muitas vezes, você parecia me entender e não percebi que talvez pudesse ter que estar fazendo um esforço tremendo para isso. Sempre me pareceu natural. Eu sinto muito se te coloquei na minha vida e assim tão rapidamente, passei a ser mais feliz só por você existir e por estar nela. Eu sou totalmente contra a qualquer forma de dependência, e agora, aqui estou eu, dependente de você, sentindo saudades  de estar entrelaçada em você, precisando urgente de um tratamento de desintoxicação.

Me desculpa por aquele abraço demorado, sei que quebrei todas as regras ao fazê-lo, é que naquele dia, você me fez pensar que poderíamos sermos dois, caminhando pelo mesmo caminho. Digo dois porque nunca concordei com essa história de dois em um, eu jamais lhe pediria para se fundir em mim, assim como eu também jamais me fundiria em você. Talvez seja esse o meu problema, gosto demais de você para quer vê-lo se fundindo com alguém por aí. Você não é o tipo de cara que nasceu para ser "mesclado" com alguém, você nasceu para "somar" e não "dividir". Assim como eu. Não se assusta não, eu andei estudando a sua personalidade, eu quis compreendê-lo através de todas as formas, lados, posições. Eu o estudei silenciosamente para tentar convencê-lo de que eu seria a pessoa certa pra você, ou, o tipo de certo de pessoa errada. Nunca me importei com esse rótulo, desde que fosse eu a tê-lo.


Me desculpa por ter permitido que você compartilhasse comigo, momentos da sua vida, eu te enganei ao fazer isso, deixei você pensar que toda vez que me procurou para falar de você, eu o ouvia sem interesse algum. Eu menti. Porque cada vez que você me procurou para contar sobre a sua vida e sua história, seus momentos e frustrações, um lado egoísta dentro de mim vibrava por ter sido eu a escolhida da vez, por ter sido eu a lhe ouvir. E eu menti ao dizer que gostava de lhe ouvir. Eu não gostava, eu adorava. Você fez com que eu sentisse que fizesse parte da sua vida. Me desculpa.

Eu sinto muito por ter permitido que você instalasse o caos no meu universo particular, mas e daí? Eu nunca gostei da ordenação mesmo, sempre tive uma queda pelo avesso. Você foi o meu avesso mais perfeito. E agora, que você já sabe de tudo, dos meus sonhos noturnos, das minhas preces por você, da saudades que sinto dos seus beijos, agora, que você sabe que é importante para mim e que há muito tempo deixou de ser um estranho, agora, que como em uma explosão, eu confessei adorar você, sinto que estou em queda livre em meu próprio universo.

Me desculpa por ter aberto as portas da minha vida e do meu coração e ter permitido que você tocasse a minha alma. Eu sinto muito por toda confusão que eu possa ter lhe causado, saiba que a mesma confusão se instalou aqui em mim também. Eu ainda luto contra meus desejos insanos de estar com você e ser propositalmente sua, sem deixar de ser minha.

Eu sinto muito por não termos nascidos para ficarmos juntos. Teríamos dado certo, mas, você se assustou e recuou. É... Eu sinto muito.


sábado, 12 de outubro de 2013

Se você existir, eu quero ser a sua exceção à regra e nunca o seu investimento de alto risco.


Eu quero lhe causar arrepios e lhe tirar sorrisos. Eu quero ser para você aquela capaz de lhe fazer sentir borboletas no estômago e te deixar bobo de amor. Eu quero a sua atenção e também ser responsável pelo o seu tesão. Quero entrelaçar os meus dedos nos seus enquanto caminhamos pela areia da praia e também quando fazemos amor. Quero que seja a mim, que você procure toda vez que não estiver bem. Eu quero ter você lá para mim, seja lá onde for. Quero estar lá para você.

Quero ser a responsável pelas suas noites de pouco sono, tudo porque preferimos nos curtir do que dormir. Quero ser acordada com você em cima de mim. Quero ser apresentada aos seus amigos. Quero conhecer os seus pais. Quero que conheça os meus.

Eu quero passar horas deitada ao seu lado com a cabeça em seu peito, apenas ouvindo você respirar. Quero lhe massagear as costas, sentar em seu colo, sentir o seu abraço. Quero esticar minhas pernas no painel do seu carro. Lhe beijar por horas, até nossos lábios ficarem dormentes. Quero a sua mão na minha perna.

Quero ser eu, a pessoa a receber as suas mensagens na madrugada. Quero ser eu, a pessoa que você esperará no altar. Quero receber ligações suas, dizendo que está com saudades e também, com vontade. Quero estar presente nos seus momentos mais importantes. Também quero que você esteja nos meus.

Quero sentar com você de frente para a lareira com uma taça de vinho nas mãos, e me perder em seus beijos ao som de Keane. Quero cozinhar para você. Lhe comprar roupas. Tirar as minhas.

 Se você existir, quando chegar, eu quero ser a sua exceção à regra e nunca o seu investimento de alto risco.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Malas Prontas!


Eu estava bem disposta a dizer bye bye e virar a página desse capítulo, talvez, até mesmo começar uma nova história, sim, eu estava mesmo, mas, acontece que parece que você sempre saca o exato momento em que está prestes a me perder e de uma forma surpreendente, como se fosse o encantado-príncipe-sem-cavalo, você me resgata e me traz de volta à sua vida, à sua rotina e à sua história, fazendo-a virar nossa novamente.

Então, já que aqui estamos de novo, escrevendo linha por linha, vem cá e me faz feliz, vem porque ando pensando demais em você e to com vontade de te ver. Vem e me deixa desabotoar a tua camisa xadrez enquanto você canta em meus ouvidos a minha canção predileta, aquela que diz que eu sou linda. Me puxa pela mão e me joga na cama, na sua cama, aquela que você acabou de comprar e me deixa estrear ela com você.

Segura na minha mão e entrelaça os seus dedos nos meus, me leva para tomar sorvete em um domingo desses e depois, vamos caminhar pelo parque. Podemos ver o pôr do sol juntos, a minha sombra anda solitária, precisando da sua. Eu quero você, a tua presença anda fazendo falta, então vem, mesmo que seja para ficarmos curtindo o silêncio, mas, se você quiser passar a noite toda acordado conversando, eu topo. Traz o seu melhor sorriso, aquele que me faz ficar zonza e me entorpece com o seu cheiro único.

Aproveita que eu meio que desisti de te esquecer, esses pensamentos insanos andaram me rodeando, você sabe né? Mas, agora que você se lançou à minha frente e me segurou, parece que voltei ao projeto inicial de nós dois. Só, nós dois. Me conta como foi o seu dia, quero saber sobre aquela reunião chata que você ia ter. Vem, senta aqui do meu lado e me fala dos seus sonhos, aqueles que você acha que não terá mais tempo para realizar e me deixa te mostrar que você está errado.

Separa uma gaveta pra mim no seu armário porque to levando algumas roupas, aquelas que você mais gosta de me ver usar, to levando também algumas lingeries, mas te adianto que não pretendo usá-las não.Libera um espaço no seu espelho do banheiro, juro que não preciso de muito não, só quero deixar a minha escova de dentes, ela tá pedindo por companhia.

Já peguei a máquina fotográfica, ela vai registrar os nossos melhores momentos, to levando também a minha coletânea de músicas, aquelas que você sabe que gosto de ouvir fazendo amorzinho, separei também alguns sapatos, mas, prometo não ocupar muito espaço do seu-meu-futuro-quarto.

Vem, to aqui esperando com a mala pronta, não to levando muita coisa não, o suficiente para te amar, porque o resto... Vai com o tempo.

domingo, 6 de outubro de 2013

Adeus, função Step


Com o seu jeito confuso, ele a testa em seus limites mais extremos. Como ele consegue tirá-la do eixo, dessa forma tão arrebatadora? Às vezes, a impressão que dá é de que desapareceu tudo o que eles construíram juntos. A cumplicidade, a amizade, a sinceridade e agora, tais sentimentos e sensações se resumem à apenas meras meia dúzias de palavras vazias e descompromissadas.

Enquanto ele ainda brinca de machucá-la, ela se joga na cama ouvindo a sua música predileta, pensando em uma forma de não mais pensar nele e enquanto procura um jeito de esquecê-lo, é nele que ela pensa. Ela esta cansada disso, desse jogo de vai e vem, ganha ou perde, verdade ou mentira, castigo ou recompensa. Ultimamente, parece que ela tem ficado sempre com o vai, o perde, a mentira, o castigo.

Sim, ela se cansou de ser para ele somente o seu Step, cansou de se contentar com migalhas da sua atenção, cansou de estar sempre lá para ele sem nunca tê-lo lá para ela. Caramba, acho que ela está acordando e finalmente percebendo que talvez, esse tempo todo, ela tenha fantasiado um cara que nunca existiu e nunca existirá. Através da frieza dele, ela agora percebe que em pouco tempo, nada mais existirá, que em mundo algum, ou melhor, nenhum, eles nasceram para ficarem juntos.

E se ela foi para ele o seu passatempo predileto, ele foi para ela a sua pós-graduação em como se apaixonar pelo cara errado.

Talvez, o melhor que ela tem a fazer, é desligar o interruptor dos seus sentimentos, possivelmente isso não tire a dor da decepção, mas, amenize o sofrimento, talvez, isso poderá ser melhor do que qualquer coisa, que é a única coisa que ela tem agora.

Qualquer coisa dele, qualquer coisa da atenção dele, qualquer coisa do carinho dele, qualquer coisa dos sentimentos dele.

E com uma força incrível dentro de si, ela decreta o adeus à função de step, ela não quer mais metades em sua vida, ela acordou, se deu conta do seu potencial e a partir de agora, nada de metades em sua vida, ele não será mais capaz de atingi-la da forma com ele a tem atingido, ela não a machucará mais com a sua ausência, enquanto brinca de ser feliz com outro alguém, porque agora, enquanto ele brinca, ela realmente será.

Reticências


Primeiro os olhares, tímidos e ao mesmo tempo, intensos. Depois, os sorrisos, daqueles que pouco mostram os dentes, daqueles dados pelo canto da boca. Aí vieram as palavras, os pontos de exclamações, os pontos de interrogações, as aspas e por fim, a reticências. Esses três pontinhos deram o inicio ao improvável, sugerindo o que estava por vir.

Tudo mudou, começou então as palavras não ditas, os sentimentos não expressados, as vontades demonstradas, os desejos revelados e a promessa feita em silêncio de não se apaixonarem. Foi por brincadeira, foi por desejo, foi por vontade, foi por tudo e por nada, menos pelo desejo de se apaixonarem que eles deram vazão ao infinito poder da reticências. A regra não dita estava instalada. Eles iam curtir cada segundo dessa relação fria e ao mesmo tempo quente, mas, sem jamais permitirem que a paixão os dominassem e os deixassem perdidos um no outro, um pelo outro.

Eu não vou me apaixonar por você. Ela diz, convicta de suas palavras. Que pena, seria legal se isso acontecesse. Ele responde, é claro, de brincadeira, porque no fundo, os dois estavam seguindo a mesma promessa silenciosa. 

Foram beijos verdadeiros, abraços sinceros, amor na cama e tesão no chuveiro. Foram noites e mais noites de conversas banais, foram dias e mais dias de desabafos. Foram meses, mais que meses. E tudo estava indo bem a não ser pelo fato dela ter quebrado a promessa silenciosa. A reticencia assumiu o controle da situação e ela se apaixonou. 

O que você quer que eu faça se estou apaixonada por você  e não sei o que fazer? Ela diz, um pouco assustada com as próprias palavras. Sabia que essa é a primeira vez que você diz algo assim tão direto? Ele fala, em resposta à sua pergunta. Eu sei, desculpa. Ela responde, desejando ter o poder de voltar ao tempo e nunca ter dito para ele o que estava sentindo. Tarde demais. O silêncio se fez. Ela sentiu medo, acho que ele também. Foram pegos de surpresa, foi mais uma pegadinha que a vida lhes pregou.

Ela chorou. Chorou porque ele havia tornado a sua vida mais bonita e mais leve, chorou porque ele foi capaz de lhe tirar sorrisos e lhe fazer suspirar, chorou porque ela sabia que com a promessa quebrada, nada mais lhe restava. 

E foi assim. A história deles começou com a reticências e foi com ela que acabou, ou, não acabou. Porque no fundo, ela ainda espera pelo ponto final, onde ele dirá para ela que sente o mesmo.


Nove Músicas para seguir em frente


E sempre haverá aquele momento em que você terá que decidir entre ficar mais um pouco ou seguir em frente. Escolher ficar ou seguir, é assumir o risco, arcar com as consequências e nem sempre é fácil.

O ECA selecionou 9 músicas para quem conseguiu decidir se arriscar e seguir em frente, deixando para trás o que tinha que lá ficar. Apenas, ouça, curta, relaxe a aproveite o novo caminho.

01 - Young The Giant - Cough Syrup

A Vida é muito curta para se importar com tudo, oh
Eu estou perdendo a cabeça, perdendo a cabeça, perdendo o controle

02 - Alex Clare - Too Close

Qual caminho é certo, qual caminho é errado?
Como posso dizer que eu preciso seguir em frente?
Você sabe que nós estamos em caminhos diferentes



03 - Phillips Phillips - Gone, Gone, Gone

Querido eu não estou seguindo em frente
Eu te amo bem depois que você se foi



04 - The Killers - All These Things That I´ve Done

E quando não tem mais lugar para correr
Tem quarto para mais um filho?
Essas mudanças não estão mudando



05 - Brandon Flowers - Hard Enough

Enquanto tem sido difícil o suficiente para você
Tem sido difícil o suficiente para mim



06 - Maroon 5 - Won´t Go Home Without You

Não está acabado hoje à noite
Apenas me dê mais uma chance para fazer isso certo




07 - Florence + Machine - The Dogs Day Are Over

Os dias de cão acabaram
Os dias de cão chegaram ao fim



08 - Jason Mraz - 93 Million Miles

Apenas saiba, de que de onde quer vá
Sempre poderá voltar para casa



09 - Jason Mraz - Living In The Moment

Então deixo pra lá o que sei e o que não sei
E sei que só vou fazer isso para viver o momento
Viver a minha vida



A décima, como sempre, é por sua conta...




sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Das coisas que tenho


Eu tenho uma coleção de tombos emocionais e uma vontade imensa de sorrir. Tenho uma infindável playlist de músicas tristes e ainda alguns ursinhos de pelúcia que dormiam agarrados a mim (ou eu a eles) quando eu era uma criança. Eu tenho todos os meus diários da minha adolescência, com todas as páginas escritas em código cujo o significado, hoje já não me lembro mais. Tenho um medo absurdo de apenas passar pela vida. Eu tenho em meu guarda-roupa bagunçado, provavelmente mais roupas do que preciso ter e sonhos esperando para se concretizarem.

Eu tenho duas caixas cheias de maquiagens, com algumas que ainda nunca usei, mas, que um dia vou usar. Tenho uma vontade imensa de ser feliz e de fazer a diferença na vida de alguém. Eu tenho algumas fotos antigas quando a minha única preocupação era sorrir na hora do flash e nada mais, tenho uma biblioteca digital repleta de livros que ainda não li, mas, que vou ler. Tenho uma caixa cheia de esmaltes, mesmo não tendo o hábito de estar sempre com as unhas pintadas.

Eu tenho caixas, porta-jóias e mais caixas, abarrotados de bijuterias, é isso mesmo, dessas que se compram em lojinhas de centro de cidade e uma louca vontade de conhecer a Irlanda. Tenho o péssimo hábito de chorar ao assistir comédias românticas e uma bagagem grande de histórias para contar. Eu tenho uma personalidade fácil, às vezes, chego a ser boba devido à essa tal fácil personalidade, tenho também uma vontade besta de não morrer antes de ter um porre. Tenho mundos imaginários e também aversão à pessoas que só reclamam da vida. Levanto a bandeira e defendo a ideia de que temos o direito de ficar para baixo às vezes, mas, não gosto de ficar ao lado de pessoas que se enchem de auto-piedade e encarnam a vítima. Vá viver e ser feliz!

Eu tenho em meu passado, uma coleção de poucos namorados, e a consciência de que cada um deles foram essenciais para a construção de quem eu sou hoje, tenho boas memórias das baladas e viagens que fiz com amigos e que me rendem boas risadas cada vez que as trago à tona. Eu tenho uma meta insana de superar o meu maior medo: de altura. A frase " normalmente as coisas que mais nos dão medo são as que mais valem a pena" define perfeitamente essa vontade insana. Tenho também vontade de conhecer a Noruega e de voar de balão.

Tenho cicatrizes em meu coração que me acompanharão pelo resto da minha vida e ainda sim, esse coração não se cansa de trabalhar, imundando o meu corpo com o fluido vital chamado sangue.Eu tenho histórias, marcas, cicatrizes, lembranças, sorrisos e muita, mas, muita vontade de ser feliz!

O balanço do branco na fotografia.


E ela não viu o relógio mudar de 2 para 3, assim como não viu ele mudar de 1 para 2. Mesmo começando a ficar cansada, ela sabe que provavelmente, não verá também as próximas horas passar pela madrugada fria e chuvosa. Ela espreme os olhos com as mãos e massageia suas têmporas sentindo a sua vista ficar turva e aproveita esses segundos para fechar os olhos. Uma lágrima escorrega pela a sua face, sem pressa, ela limpa o rosto e ainda com os olhos fechados e exprimidos, solta um suspiro baixo, quase que inauditível, não é um suspiro de alívio, quisera ela que fosse, mas não é. Ela suspira de dor, uma dor que vem a acompanhando há alguns dias, ou, semanas talvez. Ela não se lembra mais quanto tempo faz, desde que aconteceu, a palavra tempo e o seu significado parece ter sido abolido da vida dela, porque tudo o que ela quer é voltar no tempo.

Sem se preocupar com o barulho que vai fazer, ela se levanta, arrastando a cadeira, vai até o banheiro e sem encarar a sua imagem no espelho, enche as mãos em formato de concha, com água fria, solta mais um suspiro de dor, e após preparar a quarta xícara de café arábica, ela retorna para a sua escrivaninha, se acomodando como pode na dura cadeira de estofado preto. A sua playlist ainda está tocando, Maroon 5 canta uma canção sobre o doce adeus, "Sweetest Goodbye", ela ri ironicamente para si, se ela ao menos tivesse tido esse tal de doce adeus, talvez, ela não estaria presa em lembranças nesse momento.

Em vão, ela checa novamente o seu celular. Três horas da manhã e nenhuma chamada, foi assim na noite anterior e na semana passada também. Nenhuma chamada, nenhuma mensagem. Joga o celular na cama e apaga a luz do abajur, o seu corpo começa a dar sinais de que precisa descansar, mas, ela não se sente preparada para encarar o teto do seu quarto, deitada em sua cama que agora, fica com um lado vazio.

Puxando a coberta da cama para si, ela se envolve e se acomoda na cadeira. Ainda tem o cheiro dele na coberta, uma mistura de cheiro de shampoo com o cheiro do perfume amadeirado que ele tanto gostava de usar. Ela inala o cheiro, se sentindo um pouco inebriada com as lembranças que o cheiro lhe trouxe. A saudade bate forte e lhe aperta o peito.

Toma mais um gole do seu café que está começando a ficar frio e aperta enter na tecla do seu computador. O monitor se acende e ela olha para a foto dele, o seu sorriso tácito parece ser capaz de atravessar a tela de LCD e chegar até ela, tocando-a de uma forma singular. Ela sorri de volta para ele, que está em pé em uma montanha com os braços abertos, abaixo dele, o azul do mar se funde com o verde da vegetação, mas, ela parece nada mais ser capaz de enxergar, nada além dele em sua camiseta branca, porque agora, ou, desde que ele partiu, tudo o que lhe resta é o balanço do branco na fotografia.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Pelo Direito De Não Estar Bem!

[ Clique para ler ao som de Daniel Powter - Bad Day ]

E tem dias que você acorda naquele termo famoso "ao avesso", onde tudo parece estar fora de órbita, flutuando pelo ar, se chocando por aí. É a batida do pé na quina da cama ás seis horas da manhã, é o cabelo que decide se rebelar e cria vontade própria, insistindo em ficar do lado oposto para o qual você o designou a ficar, é a roupa escolhida que não agradou, é o sono que ainda tá fazendo com os seus olhos permaneçam inchados como se você tivesse levado um soco na cara. É a vontade de ficar na cama. Só ficar.

Mas, mesmo com todas essas adversidades, você vai, seja se arrastando ou se chocando, você estampa um sorriso na cara e respira fundo para o seu primeiro bom dia. Bom dia para quem? Você se pergunta irritada, enquanto se irrita ainda mais com a própria irritação. Você não é assim, nunca deixou de sorrir para alguém, nunca deixou uma pergunta sem resposta ou, uma piada sem risada, entretanto, nesse dia em que você acordou ao avesso, tudo o que você não é, passa a ser.

As pessoas mais próximas, é claro, notam o seu silêncio, a sua voz baixa e seu olhar vago. Algumas chegam a perguntar se você está bem e você sempre responde que sim, porque não saberia explicar os motivos pelos quais não está. Talvez, nem tenha motivos.

Pode ser que o céu acinzentado, isento dos brilhosos raios solares, tenha afetado um pouco o seu humor, te deixando mais quieta, reclusa, sem vontade de se socializar, ou ainda, pode ser que seja algum fenômeno astrológico, a Lua passando em Câncer, o Sol em Gêmeos e por aí vai, talvez, esse fenômeno seja mesmo capaz de afetar o humor das pessoas, mas, pode também não ser, e se não for, talvez seja algo que não se possa explicar.

E daí? Você não precisa arranjar desculpas ou motivos para você mesma na tentativa de justificar o seu dia ruim. Dias ruins existem até para a pessoa mais alto astral, existem e você não é imune a eles. A gente nem sempre consegue explicar o que sente e o por quê sente, e em dias como esses, ao avesso, acho que você deve se dar o direito de apenas não estar bem. Simples assim...

Se hoje, é um desses dias, se dê o direito de se sentir meio "deprê", você é real, possui sentimentos, sonhos, desejos, indagações e a junção desse imenso pacote de sentimentos, pode sim lhe causar algo que você não sabe explicar. Eu estou defendendo aqui, o seu, o meu, o nosso direito de não estar bem!

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Vai negar?

[ Click e leia ao som de The Killers - Shot At The Night ]

Vai negar que sente falta das conversas noturnas e sorrisos diurnos? Vai negar que às vezes bate aquela saudade estranha e vontade de "tá" perto? Vai fingir que a imagem dela não aparece para você quando está rolando com outro alguém no sofá enquanto a música de vocês toca ao fundo em uma rádio qualquer?

Vai negar que quando você a vê usando aquele vestido rodado que você tanto gosta, fica louco de vontade de agarrá-la e beijá-la com paixão? Eu sei que isso acontece, sei que às vezes você suspira timidamente quando seus olhares se encontram e sei também que você engole seco quando vê alguma foto nova dela, vestindo algo que poderia ser para somente você tirar. Eu conheço esse seu jeito machão-marrento-não-me-importo, no fundo, seu estômago congela quando ela timidamente olha para você e depois para os lados.

Vai desmentir que à noite, quando está deitado na cama, pensa nela mesmo não querendo pensar? E quando assiste um filme legal, ela é a primeira pessoa que pensa em procurar para narrar a história, não é mesmo? Eu sei também que tem dias que essa negação toda pega pesado, dias em que tudo o que você mais quer é segurar na mão dela e caminhar à esmo, sem pressa e sem destino.

Vai negar que os pelos do seu baço não arrepiam quando as lembranças dela lhe dando prazer lhe vêm à tona? E quando ouve uma nova banda de música, eu sei, é para ela que você pensa em compartilhar a nova descoberta. Assim como, quando compra uma camisa nova, espera ansioso pelo elogio dela, que nem sempre vem.

Vai negar que quando a vê conversando e rindo com algum cara, seu sangue ferve instantaneamente e você tem vontade de puxá-la para si? E quando está meio deprê, vai ocultar o fato de que sente vontade de somente falar com ela e mais ninguém? Quer continuar negando que ela te faz bem de uma forma que há muito tempo alguém não fazia? Vai negar que não sente falta das risadas bobas e dos papos cabeça?

Quanto tempo ainda vai aguentar nessa encenação de tá tudo bem? Já faz algum tempo que você vem negando para o mundo que encontrou "ela"? Você nega para o mundo para camuflar a maior negação de todas: a que faz para você mesmo.

Ela está em todas as coisas, em todos os lugares, estampada em todos os sorrisos. Você é apaixonado por ela e isso, não adianta você negar.

domingo, 29 de setembro de 2013

Porque tudo o que ele quer.

[ Leia esse post clicando em: Phillip Phillips - Home ]

Ele acorda todos os dias no mesmo horário, vai para o chuveiro, às vezes, escova os dentes antes, outras vezes, não. Enquanto a água escorrega pelos seus cabelos, fazendo grandes goteiras em seu corpo nu, ele pensa na vida com uma certa nostalgia misturada com um pouco de frustração, ou será vazio?

Veste uma camisa, aperta o cinto, coloca os sapatos, checa o horário, e se afunda em seu carro, dirigindo rumo ao trabalho que ele ainda não sabe se adora. Responde e-mails, faz algumas ligações, recebe tantas outras, escreve mais e-mails, checa o horário, se olha no espelho, nada vê além da saudade de algo que não sabe se já viveu ou irá viver.

Na volta para casa, para em um barzinho, conhece uma garota, toma uma cerveja, beija na boca, vai ao banheiro e a estranha sensação de vazio lhe domina. Termina a noite com um copo de vinho em uma cama de motel, olhando para aquela garota e se perguntando se será ela, mesmo sabendo que não, não será ela que lhe fará mandar convites de casamento para os seus familiares, não será ela a mãe dos seus filhos nem tampouco será com ela que ele irá cair no mundo com uma mochila nas costas. Eles se vestem, ele a deixa em casa e segue para a dele. Desmaia na cama. Mais uma noite. Ou, menos uma noite.

Enquanto os dias passam, o estranho vazio só aumenta. Vez ou outra, faz alguma coisa diferente que lhe dá a falsa sensação de realização, falsa porque essa sensação dura pouco, é o tempo dele chegar em casa, tirar suas roupas e com a água em seus cabelos, trazer de volta o redemoinho de sensações estranhas.

Talvez seja solidão. Daquelas que não se explica. Daquelas que mesmo em meio à multidão, insiste em marcar presença. Talvez seja por conta da sua inquietude. Ele anda inquieto, algo parece que lhe falta, mesmo tendo aparentemente tudo.

Alguém lhe falta. Alguém que o faça rir, alguém que lhe passe as camisas e lhe leve café da manhã na cama, alguém que tope escalar com ele alguma montanha qualquer, alguém que ele possa levar ao cinema, alguém para ir com ele à Igreja aos domingos, seja qual Igreja for, alguém para tirar uma foto e colocar naquele porta retrato que está vazio sobre a sua cômoda, alguém que sente com ele na areia para apenas escutar o som do mar, alguém que fará com que inevitavelmente o torne uma pessoa melhor. Alguém que timidamente lhe fará um strip tease em um quarto de motel e desse dia em diante, o fará ter a certeza de que é com esse alguém que ele quer passar o resto da sua vida, ou, começar a viver. E esse alguém o amará e o aceitará do exato jeito que ele é, ela lhe causará estranhas sensações, só que agora, sensações boas, frios na barriga, sorrisos largos, lágrimas de alegria...

Porque tudo o que ele quer, é alguém para se aquecer durante a noite. Toda a noite.


A gente precisa mesmo desse jogo?

[ Música perfeita para esse post: Djavan - Se ]

Enquanto eu avanço, você recua. Quando eu me calo, você fala. Se saio de cena, você procura. Quando você começa a falar, eu silencio.
Eu me abro e digo que estou com saudades. Você nada responde. Eu me fecho. Você me procura.

Eu sumo para não cair na tentação de te procurar, você me acha e de uma forma estranha, me enche de esperança. Eu retorno e então, é você quem some.
Eu finjo não me importar. Você finge não notar. Eu escondo o sorriso na tentativa de demonstrar indiferença. Você puxa conversa e joga por água abaixo a minha encenação. Você me ignora e às vezes, eu o ignoro. E então é você quem retorna e eu quem me afasto.

Você me olha. Eu desvio o olhar. Eu te olho, você segura o meu olhar. Eu o elogio. Você nada fala. Você me elogia. Eu agradeço. Eu quero você, mas, nada falo. Você me quer, mas, nada fala.

Vem cá, precisamos mesmo jogar esse jogo? Fingindo não nos importar, fingindo não sentir? Ora brincando de esconde-esconde, ora de pega-pega.

Enquanto que por medo da frustração, mentimos um para o outro, o tempo está passando e estamos nos afastando. No fundo, eu sei que você sente aquilo o que eu não consigo fingir não sentir. Então, vem cá, precisamos mesmo jogar esse jogo?

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Fiz Uma Oração Para Você

[ Que tal ler o post ao som de I Say A Little Prayer For You ]


Hoje acordei pensando em você. Para ser mais exata e sincera, ontem, fui dormir pensando em você e acho que ter pensado em você antes de dormir foi o motivo que me levou a involuntariamente  sonhar com você (porque sonhos são involuntários, certo?) e ter sonhado com você durante a noite, me fez acordar pensando em você.

Tentei tirar da memória a nossa conversa de ontem, foi ela que me levou a sonhar com você e a pensar em você ao acordar. Foram as suas palavras que "startaram"  esse ciclo maluco de você em mim. Suas palavras...

- Você está estragando a minha armadura. - você disse, em um dado momento da nossa conversa, se referindo ao fato de que às vezes eu enxergo você de uma forma diferente que você costuma se mostrar ao mundo, eu percebo o cara sensível que você é e você está acostumado a vender a imagem do cara frio.

Eu? Estragando a sua armadura? Engraçado isso, na grande maioria das vezes tenho a sensação de que mal consigo tocá-la, quem dirá desarmá-la!

Essa frase ficou apitando aqui na minha mente, começou com um pequeno barulho e algum tempo depois, quando já estava deitada para dormir, mais parecia uma britadeira a trabalhar freneticamente dentro da minha cabeça. Foi com esse som que eu dormi.

E eu dormi. E eu sonhei com você. E eu acordei pensando em você. E eu lhe mandei uma mensagem de bom dia. Eu criei coragem e mandei.

- Acordei melhor. - você respondeu.

E ao ler a sua mensagem, senti uma estranha vontade de fazer por você algo que eu nunca fiz:

Eu fiz uma oração por você e silenciosamente desejei que tudo desse certo na sua vida.

Terminei de orar e me lembrei de um trecho de uma música do Jota Quest "Se isso não é amor, o que mais pode ser?"
Não sei. Essa é a minha resposta.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Amor Rebote.


Você não precisa de um cara-rebote-lindo-gostoso para superar a sua última decepção amorosa e seguir em frente. Acredite em mim, é pura enganação essa moda de que caras assim, são perfeitos para nos fazer esquecer outros caras. Caras-rebotes podem até dar uma ajudinha, mas, jamais serão capazes de lhe fazer esquecer aquele cara perfeito de olhos profundos. Relação de rebote só serve para nos enganar, para fazermos acreditar que estamos conseguindo superar e esquecer.

É algo transitório, em pouco tempo depois, após alguns beijos, alguns amassos e até mesmo passeios, você vai se pegar fazendo comparações entre o super-bonitão-rebote o seu super-ex-namorado-de-olhos-profundos, e aí, minha amiga, é o começo do fim. Fim do que já nasceu fadado a acabar. Epicamente, o novo relacionamento irá acabar, afundar como um navio naufragando após colidir em uma iceberg e, se você não pular, certamente irá congelar nas águas frias do oceano das suas próprias emoções.

Encare os fatos, amor-rebote dá certo nos livros de romance, onde a mocinha sofredora, que acabou de levar um fora do seu príncipe encantado, conhece aquele cara que irá tirá-la da dor e fazê-la acreditar no amor novamente, não, na vida real, meses se passam, e a tal mocinha ainda está ligada ao cara sem coração que lhe quebrou em caquinhos. Sim, ela até irá sorrir quando ver o seu novo amor-rebote, mas, ele não será capaz de sustentar o sorriso dela por muito tempo

Então,se você quer esquecê-lo, está no caminho errado, porque  cada momento que passar com o seu cara-rebote-lindo-gostoso, inevitavelmente se lembrará de cada momento que passou ao lado do super-ex-namorado-de-olhos-profundos.

Quer esquecer alguém? Pare de tentar!

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Das mentiras que ando contando.

[ Sugiro a leitura desse post ao som de Tracy Chapman - Baby Can I Hold You ]

É por desespero de causa, sabe? Eu não tenho o péssimo hábito de mentir, omitir ou até mesmo fingir, acredita em mim, eu não sou assim, mas, estou assim. Você sabe a diferença entre ser e estar, não é mesmo? Bom, deixa eu explicar melhor. Eu não sou mentirosa mas ando mentindo, logo, estou mentirosa. 

Bem, como eu disse, é por desespero de causa que eu ando inventando histórias e mentiras, a grande maioria delas, contadas para mim mesma. A parte ruim é que agora, nem eu mesma mais acreditarei, terei que pensar em outra forma de lidar com a situação. Eu sei que você não perguntou, mas, já que estou agora, falando a verdade, eu vou dizer: eu ando mentindo para mim mesma para justificar a sua ausência.

Final de semana passada eu menti, disse para mim mesma que você havia ido a um retiro espiritual. Isso justificou o seu silêncio durante o final de semana inteiro. No meio da semana, você estava fazendo um curso noturno sobre como adestrar cães. É claro, o curso nunca existiu, você nem sequer gosta assim de cães, mas, foi mais uma mentira que funcionou. Justificou a sua ausência durante a semana.

Outro dia, para justificar o desvio do seu olhar ao me ver, eu menti, você estava com conjutivite e por não saber ao certo como essa doença é transmitida, você quis me preservar, evitando me olhar. Teve também o dia em que te chamei para uma conversa e seu celular foi roubado bem na hora em que ia responder a minha mensagem. Essa foi mais uma mentira para absolvê-lo de não estar mais presente na minha vida.

Hoje, mais uma mentira eu contei. Você me perguntou se eu estava bem, essa parte foi verdade, você realmente perguntou, a mentira foi a resposta que dei, ao dizer que sim. Você nem desconfiou. Você me perguntou também algo do tipo se você tem "estado" presente em alguns momentos da minha vida. Eu menti de novo, estou me tornando especialista em mentir. Eu disse que não.

Eu não quero mais mentir, decidi ser verdadeira, doa a quem doer (no caso, eu) e por não querer mais mentir, eu assumo, ando mentindo demais para justificar a puta falta que você está fazendo na minha vida.

domingo, 22 de setembro de 2013

O gerúndio de nós dois.

[Leia ao som de The Scientist - Coldplay]

É do seu bom dia logo cedo que eu sinto falta. De rir sozinha quando você buscava um motivo qualquer para falar comigo. Assuntos banais que hoje não existem mais. É o seu desinteresse que tá pegando agora, mexendo com cada terminação nervosa do meu corpo, me afetando profundamente. É não ouvir mais você perguntar se está tudo bem, é não saber mais como foi o seu dia, a sua semana, a sua consulta no médico, o seu dia de domingo.

Neste momento, não é nem a falta das suas mãos na minha cintura que está me consumindo e me deteriorando, é a inexistência das suas palavras. Eu sei, você tem o direito de perder o interesse, mas o meu lado egoísta não entende e não aceita isso.

Hoje eu recebi uma cantada que me fez corar, mas, não foi sua e por não ter sido, ela parece não ter tido efeito algum sobre o meu ego, só serviu para me lembrar que houve um tempo em que eu recebia cantadas similares, de você...

Eu não sei mais sobre as suas preocupações e nem o que tem te feito sorrir, não sei mais sobre as suas conquistas e também decepções. Eu não sei mais quem você é, só sei quem um dia você foi, e você foi... aquele que me tirou sorrisos e também lágrimas. Aquele que me inspirou e incentivou. Aquele que me levou a ter frios na barriga e quenturas nas mãos. Aquele quem hoje, não é mais.

A verdade é que ainda estou me acostumando com a ideia de que o gerúndio entre nós dois, não está acontecendo. Não estamos juntos. Sou obrigada a acostumar com pretérito perfeito e nada mais.


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