quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Recuperação de você.

[ É claro, recomendo ler ao som de Zeca Baleiro - Telegrama ]

Então, as olheiras estão diminuindo, pelo menos, quando me olho no espelho, já não vejo mais aquelas terríveis manchas roxas que circundavam os meus olhos, obscurecendo o meu olhar, entristecendo a minha imagem. É que já faz alguns dias que não choro por você. É verdadeiro o tal ditado que diz que tudo passa, da mesma forma que sentimos que o mundo está desabando por causa de um porre bem tomado, no dia seguinte, a unica sensação que fica é a estúpida dor de cabeça, (mas, ainda sim, o mundo continua lá, girando e mantendo o seu papel no universo), quando algo acaba, a gente acha que esse mesmo mundo vai despencar, estagnar, se estraçalhar, a gente não aceita e não acredita que mesmo que leve alguns dias, ou na pior das hipóteses, meses, tudo vai voltar ao normal e que a dor, vai passar.

Passou. Eu me curei do porre de você, já não preciso mais das doses diárias do seu sorriso, já não tremo mais em abstinência quando te vejo e aquela sensação de embrulho no estômago, também desapareceu. Assim como a sua imagem em minha mente, que fica cada vez mais fosca e trêmula, já quase como um fantasma do meu passado. Sim, eu quis por diversas vezes, ter uma overdose de você, houve um tempo até que eu sentia a necessidade de injetar na veia um pouco do seu olhar confuso, porque no fundo, eu adorava me perder nele.

Hoje, sinto que aquela vontade surreal de mergulhar em seu mundo, parece já não me atingir mais, se ontem eu quis ir com você naquela viagem dos sonhos, hoje, lhe desejo apenas "boa viagem", eu também já não faço mais questão de saber sobre a sua rotina, há alguns dias atrás, eu até quis ir com você naquela loja de móveis, te ajudar a escolher o sofá novo da sua casa nova, eu queria estar com você para garantir que você fosse escolher o melhor sofá para nós dois, para estrearmos em uma noite ao som de Zeca Baleiro, tomando uma taça de Casillero Del Diablo, agora, já não quero mais, aceito o vinho e me embalo ao som de Telegrama, mas, sentada em meu sofá, sozinha.

Também já não me contraio mais toda vez que te vejo usando a "minha" camisa predileta, agora, é só mais um cara com bom gosto para se vestir. Estranho isso, não é? Logo eu que desejei ser para você aquela pessoa que você nem sabe que procura, agora, aceito com sinceridade o desfecho da nossa não relação.

Estou em recuperação de você,  e começo a acreditar que assim como as olheiras roxas, vai passar e eu vou sim te superar.

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