terça-feira, 30 de dezembro de 2014

O Agradecimento de uma escritora


Fazendo um balanço do meu ano - porque afinal trabalho em finanças - posso dizer que finalizo 2014 com saldo positivo. E não é financeiramente falando não. Eu finalizo o ano com saldo positivo porque não consigo listar nada de ruim que me tenha acontecido, mas, consigo pontuar tudo de bom que me aconteceu.

Foi um ano intenso. Com muito trabalho. Comecei muitos projetos e fico feliz por tê-los terminado. Um ano de poucos passeios, se comparado com o ano anterior, porém, os que fiz, foram literalmente  de qualidade. Viagem fantástica, que fez valer a pena cada dia trabalhado para merecer a tão esperada férias em família.

Um ano em que me senti mais reclusa, mais quieta no meu canto, mais caseira. Um ano em que escrever tomou conta do meu tempo e nem o vi passar - isso é reflexo de quando fazemos algo que gostamos. E por falar em escrever, em 2014 eu finalmente me vi como Escritora, foi e está sendo o ano em que o reconhecimento externo, me fez acreditar que posso seguir com o sonho da garotinha de 13 anos, que escrevia histórias nas folhas soltas de um caderno e as guardava em uma pasta vermelha com plásticos azuis.

Momento Errado, o meu segundo livro, ganhou centenas de leitores, cada elogio recebido por ele, cada palavra de incentivo, cada depoimento sobre como ele mudou a vida das pessoas, me fez crer que eu posso. Sim! Eu posso escrever e tocar a alma de quem o lê, eu posso emocionar pessoas, tirar delas lágrimas, mas, também sorrisos. 2014 é o ano de Momento Errado, onde notícias boas chegaram no finalzinho do ano somente para me fazer olhar para trás e pensar: Quando a gente faz com amor e acredita, o Universo nos recompensa.

Momento Certo foi o meu desafio. Começar a escrevê-lo levou meses de coragem e preparação. Foi para atender a alguns pedidos de algumas leitoras, que eu comecei. Foi a melhor decisão de todas. Desafio aceito! E digo desafio porque escrever uma nova história, para quem ama escrever, não é algo assim tão difícil, mas escrever uma história onde a protagonista segue em frente após perder o seu grande amor, escrever essa evolução da personagem, isso é um desafio, ainda mais quando o personagem principal de Momento Errado, não pode ser esquecido. As leitoas não permitiram isso. Então, escrever Momento Certo, é caminhar entre uma história nova e uma história já vivida, vista por outro ângulo. E eu agradeço as minhas leitoras que me levaram a tomar a decisão de escrevê-lo.

Esse ano que está findando, foi para mim, um ano sensacional, não foi assim, tão caótico quanto ao ano anterior - e para que entendam, quando digo caótico, é algo positivo, porque adoro o caos, acredito que ele nos move e nos faz sair da zona de conforto - mas, foi um ano que também me fez dar alguns passos para frente, então, ouso a dizer que foi uma continuação de tudo o que começou no anterior, com o caos que tanto amo.

Para quem leu o meu post no ano anterior, (aqui ) vai lembrar da minha lista de coisas que ainda quero fazer, se me perguntarem , direi que ainda não voei de parapente, ainda não criei coragem de experimentar a sensação de voar em um balão, ainda não fui para a Irlanda e também não fui ver a Aurora Boreal, mas, estou alguns passos à frente de realizar alguns, talvez, um, talvez mais, dos meus sonhos possíveis.

Então, eu deixo aqui, o meu Muito Obrigada à cada uma de vocês, leitoras, que fizeram desse o ano, um ano tão maravilhoso para mim. Que me fizerem crer que sim, eu sou uma escritora. Sim, eu escrevo e emociono quem lê os meus escritos, porque quem os lê, está também, lendo a mim.

Deixo também o meu muito obrigada à algumas "pessoas especiais" que despencaram em meu mundo caótico (não por acaso) e que de alguma forma, estão me conduzindo para mais perto da realização dos meus sonhos.

Obrigada, porque cada uma de vocês, contribuíram para a alegria de uma pessoa. Eu.

E que 2015 seja um ano intenso, vibrante, repleto de desafios, oportunidades, realizações. Para todas nós.

Feliz Novo Ano.

Vai passar

(Você pode ler esse texto ao som de Passenger - Let Her Go - clicando aqui )

Mas sabe, um dia passa, a gente esquece e supera. A dor deixa de existir. As lembranças se tornam borrões. A saudade vira apenas um poema de Pablo Neruda. A ausência deixa de estar presente. As lágrimas secam. O choro cala. O amor passa.

É assim que dizem que acontece. É o tempo passando, levando consigo todos os efeitos colaterais de um amor perdido. É assim que deveria ser.

Então, por que ainda sinto a sua presença quando estou ouvindo a nossa música? Porque ainda vejo você sorrir todas as vezes em que assisto o canal Off? Talvez seja porque era o seu canal preferido. Sentávamos no sofá, de frente para a sua TV de sei lá eu quantas polegadas, e assistíamos os programas insanos que você tanto amava. Você suspirava feliz assistindo-os. É... Ainda não passou.

Mas, uma hora passa, a dor vai embora e eu esqueço que um dia, fizemos promessas de um nunca deixar o outro. Você a quebrou. Mas qualquer dia desses, eu esqueço que você fez isso e quem sabe, até consiga te perdoar por me deixar naquele lugar frio. Vazio. Escuro. Chamado solidão.

Em algum momento, dessa vida - eu espero - eu serei capaz de dizer que superei. Pena que eu não quero te superar. Pena que eu não quero te esquecer. Mas, em algum momento, eu terei que fazer isso, porque uma hora passa, a dor desiste de me fazer lembrar que um dia fomos um casal -dois opostos perfeitos - e me deixa seguir em frente. Feliz. De peito aberto. Sorrindo novamente.

Em algum momento, acontecimento, circunstância, ou ocasião, vai passar. E vai ser assim, da nada. Depois de tudo. Onde eu vou acordar sem o costumeiro vazio no peito, vou olhar para as nossas fotos presas em meu painel de cortiça, e não vou mais sentir vontade de chorar por não suportar mais a falta que você me faz. Nesse dia. Você deixará de fazer falta. Eu vou abrir o meu e-mail sem a esperança massacrante de encontrar algum correio seu, um "oi, como você está?", um pedido de desculpa, um "estou com saudades". Nesse dia, não haverá frustrações. Eu vou parar de olhar o seu nome no whats, monitorando se está online ou não enquanto meus dedos tremem de vontade de lhe escrever um "oi".

Mas, um dia, uma hora, um momento, passa e tudo vira apenas lembranças. Lembranças que levarei comigo pelo resto da vida, porque mesmo que passe, como dizem que passa, elas jamais passarão. Porque nessa vida, é como dizem: Tudo passa. Menos o amor que sinto por você.

Mas tudo bem... Uma hora passa. Eu supero. Não te esqueço. Sigo em frente. Não deixo de te amar. Vivo a minha vida. E serei feliz. Novamente. Sem você.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Vai ser feliz


Vai garota. Veste a tua melhor roupa, passa o teu melhor perfume, calça o teu melhor sapato e vai ser feliz. Abre o teu guarda-roupas e também o teu coração, escancara para o mundo quem você é de verdade. Sem medos. Sem amarras. Vai. Se joga e corta a corda. Vai para não voltar.

Sorria para um estranho. Sorria para o espelho. Sorria para você mesma. Pratique a boboterapia. A terapia de se permitir ser boba, (no melhor dos sentidos da palavra). Se não gostou, pratique então a loucuraterapia. A terapia de cometer loucuras. Apenas vai. Seja boba. Seja louca. Vai e seja feliz.

Deixa de lado o que te fez chorar. Doeu?  Você sobreviveu. Faz falta? Você vai superar. Tudo é aprendizado. Seja lá o que foi que te fez se fechar, já não importa mais. Sai desse casulo, derruba essa muralha, quebra essa represa e deixa o rio transbordar. Inunda de alegria a tua vida e o teu coração.

Sabe aquele cara que te deu um fora? Quem perdeu foi ele. Sabe aquele outro que fez do seu coração um mero papel onde ele riscou eu te amo e depois rabiscou?  Ele abriu mão de ter ao lado dele a pessoa mais incrível do mundo: Você! E aquele que sorriu pra você na balada e segundos depois olhou para a bunda de outra? Tão besta. Incapaz de se dar conta de que bundas vem e vão, mas garotas inteligentes não. Essas, quando vêm. Não vão.

Você tem medo de quê? Tem medo de amar? Ah! Por favor, tenha medo de baratas, de lagartixa, de iguana, de taturana, mas não de amar. Ter medo de amar é como temer um porco espinho. A gente quer pegar, abraçar, acariciar e não fazemos porque sabemos que ele vai nos espetar. Bom, saiba que tem muita gente que consegue fazer isso com o porquinho, Gente que se arrisca, porque acredita que a recompensa de sentir o porquinho nas mãos é maior do que a dor dos espinhos.

Vai garota. Dança como se ninguém tivesse te observando. Coloca os teus fones e canta como se a única coisa que importasse no mundo fosse a tua voz repetindo o refrão. Coloca os teus pés na areia e agradeça por ser quem você é. Toma banho fazendo aquele ritual do sal grosso que você leu em algum lugar, em algum dia e sei lá, mentaliza que tudo vai dar certo. Porque vai.

Mas vai. Vai ser feliz


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Quando não tiver mais a fim


(Você pode ler ao som de Joss Stone - L-O-V-E - clicando aqui)



Uma crônica para aqueles que vêm e que vão.

Verdade seja dita. Eu não sou como você esperava. Eu não sou uma loira-barbie pra te acompanhar nas festas jet-setters que você frequenta. Eu não tenho um par de peitos de 300ml de silicone. Não tenho uma bunda de 102cm de diâmetro como a da Juliana Paes. Eu sou muito mais do que você espera. Muito mais do que você aguentaria. E talvez até mais do que você merece.

Porque eu sou fiel aos meus sentimentos. Vou estar com você quando eu realmente quiser estar. Vou te ligar quando eu quiser falar com você. Porque eu não passo vontade. E nem vou passar vontade de você. Não vou fazer joguinho. Eu me entrego mesmo. Assim. Na lata. Eu abro meu coração. Rasgo o verbo. Me dou em prosa. E se te disser que não te quero, meu olhar vai me desmentir na tua frente. Porque eu falo antes de pensar. Eu falo até sem sequer pensar. Eu penso falando. E se estou com você, aí, não penso duas vezes. Não penso em nada. Não quero mais nada.

Então, não perca seu tempo comigo. Eu não sou um corpo que você achou na noite. Eu não sou uma boca que precisa ser beijada por outra qualquer. Eu não preciso do seu dinheiro. Muito menos do seu carro. Mas, talvez, eu precise dos seus braços fortes. Das suas mãos quentes. Do seu colo pra eu me deitar. Do seu conselho quando meu lado menina não souber o que fazer do meu futuro. Eu não vou te pedir nada. Não vou te cobrar aquilo que você não pode me dar. Mas uma coisa, eu exijo. Quando estiver comigo, seja todo você. Corpo e alma. Às vezes, mais alma. Às vezes, mais corpo. Mas, por favor, não me apareça pela metade. Não me venha com falsas promessas. Eu não me iludo com presentes caros. Não, eu não estou à venda. Eu não quero saber onde você mora. Desde que você saiba o caminho da minha casa. Eu não quero saber quanto você ganha. Quero saber se ganha o dia quando está comigo.

Você não vai me ver mentir. Desista. Mentiria sobre a cor do meu cabelo. Sobre minha altura. Até sobre meus planos para o futuro. Mas não vou mentir sobre o que eu sinto. Nem sob tortura. Posso mentir sobre minha noite anterior. Sobre minha viagem inesquecível. Mas não aguentaria mentir sobre você por um segundo. Não na sua cara. Mentiria pras minhas amigas sobre a sua beleza. Diria que tem corpo de atleta e um quê de Don Juan (mesmo sabendo que elas iriam descobrir a farsa depois). Mas não me faça mentir e dizer que não te quero. Que eu não estou na sua. Não me obrigue a jogar. Não me obrigue a dizer “não” quando eu quiser dizer “sim”. Não me faça tirar você da minha vida porque meu coração ainda acelera quando você me liga.

Insisto. Não perca seu tempo comigo. Porque eu não quero entrar no seu carro se não puder entrar na sua vida. Não me conte seu passado se eu não puder viver seu presente. Não faça planos comigo se não me incluir no seu futuro. Não me apresente seus amigos se, amanhã, vou virar só mais uma. Me poupe do trabalho de adivinhar seus pensamentos. Diga que me quer apenas quando for verdade. Diga que está com saudade apenas se sentir minha falta do seu lado. Peça minha companhia quando não desejar só meu corpo. Me ligue quando tiver algo pra dizer. Mas, por favor, me desligue quando não estiver mais afim de mim.

Texto publicado originalmente no site Itu.com

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Eu sobriviverei


E esse texto terá mais sentido ainda se você o ler ao som de Stevie Wonder - For Once Of My Life



Mesmo que amanhã eu acorde sem você ao meu lado, eu sobreviverei. Mesmo que eu não tenha mais você para dividir as minhas músicas e citar trechos delas para você, eu sobreviverei. Se você não me olhar mais daquele jeito confuso e sedutor que sempre me tira suspiros e me faz tremer, eu sobreviverei. Ainda que doa em cada terminação nervosa do meu ser, eu sei que eu sobreviverei.

Mesmo que eu não sinta mais a pressão das suas mãos em minha cintura, eu sobreviverei. Mesmo que você não divida mais comigo os seus sonhos, eu sobreviverei. Caso daqui a alguns anos, você nem lembre mais do meu nome, eu ainda sim, sobreviverei.

Mesmo que o seu belo sorriso não se abra mais para mim, eu sobreviverei. Se o seu corpo não mais desejar o meu, eu tenho fé de que eu sobreviverei. Mesmo que a sua boca não toque mais em meus lábios, eu sobreviverei.

Mesmo que eu me perca na estação de metrô e não o encontre para me ajudar, eu sobreviverei. Mesmo que você decida ir embora sem deixar recado, por Deus, eu sobreviverei. Mesmo que você não dance comigo e não me leve para o Canadá, eu sobreviverei.

Mesmo que eu me perca de mim mesma enquanto tento encontrar você, eu sobreviverei. E mesmo que eu chore até as lágrimas secarem, ainda sim, eu sei que eu sobreviverei.

Eu sobreviverei ao seu casamento, ao nascimento do seu primeiro filho e à sua mensagem enviada alguns anos depois dizendo que nunca me esqueceu, Eu sei que eu sobreviverei.

Mesmo que eu tenha que chorar sete dias e sete noites após a nossa despedida, eu sobreviverei. E eu sobreviverei quando ler o seu nome nas revistas dos empreendedores do ano que me fará lembrar dos seus projetos malucos que você dividiu comigo. Sim, eu ficarei feliz por você e eu sobreviverei.

Mesmo que tudo entre nós aconteça, ou que nada entre nós volte a acontecer, eu sobreviverei. E eu sobreviverei porque tudo o que há em mim é amor e enquanto eu te amar, eu sobreviverei.

Eu sobreviverei porque eu te amarei.

sábado, 4 de outubro de 2014

O cara perfeito


Você não foi o cara que abriu a porta do carro para eu entrar e depois a fechou. Você não foi o cara que me levou para comer massa em uma cantina italiana e limpou o canto da minha boca com um guardanapo xadrez em verde e me fez sorrir enquanto eu tentava não morrer de vergonha.
Você não foi o cara que  me tirou para dançar naquela festa onde eu estava sentada sozinha esperando a música da Adele acabar. Você não me levou para passar o final de semana nas montanhas e não bebemos vinho ao pé da lareira acesa.

Você não foi o cara que segurou em minha cintura quando eu me desequilibrei e quase cai na calçada ao sair um pouco bêbada da balada.
Você não foi cara que tirou para mim no violão as notas de Fix You do Coldplay enquanto eu escondia de você as lágrimas que teimavam em escorrer.
Você não foi o cara que tirou foto comigo na roda gigante, gigante demais por sinal. Você não foi o cara que me levou para fazer trilha na serra e me incentivou a continuar a subir aquela subida infindável.

Você não me abraçou quando eu estava com frio e não foi o cara que tirou a jaqueta e me cobriu quando a temperatura marcava quase dez graus.
Você não foi o cara que vi quando acordei no domingo de manhã com a luz do sol batendo na janela do quarto vazio.

Você não foi o cara que segurou na minha mão e passou o polegar nela para me incentivar a ser forte quando eu estava quase uivando de dor porque quebrei um copo e o médico estava tentando tirar o caco de vidro que entrou em minha mão.
Você não foi o cara que elogiou o meu vestido azul e disse que eu estava sexy com ele.
Você não foi o cara que me deu colo quando eu perdi o "Arthur", o meu peixinho de estimação.
Você não foi o cara que me mandou aquele buquê de rosas gigantesco da Giulliana flores, no trabalho que fez todo mundo comentar sobre ele o dia todo.

Você não relaxou comigo na banheira de água quente ao som de Michael Bublé e não foi o cara que me fez massagem enquanto eu tentava  me concentrar somente no toque suave das suas mãos na minha pele.

Você não foi o cara para quem eu disse o que eu sentia mas só porque, merda, eu achei que meus olhos já o tivesse feito.

Você não foi o cara, mas, foi o cara perfeito ainda assim.

domingo, 21 de setembro de 2014

Foto preto e branco


Ela queria poder ouvir a voz dele sussurrando baixinho em seu ouvido o quanto ele a acha linda enquanto ele sorri para ela ao vê-la se arrepiar como uma gatinha que acabou de ser acariciada.
Ela queria poder sentir a sua mão, segurando-a pela cintura enquanto ela se perde no beijo dele.
Ela queria poder sentir o gosto da boca dele e beijá-lo até seus lábios ficarem dormentes e depois olhar nos olhos dele enquanto viaja no pequeno sorriso dele.
Ela queria poder passar a mão nos cabelos dele e bagunçá-lo todo, deixando-o mais sexy do que ele já é.
Ela queria poder ter com ele, um "pequeno-almoço" sentados em uma cama de lençóis brancos dentro de um quarto com uma vista incrível para a cidade, após terem tomado "um duche", onde os seus corpos estavam fundidos em um único corpo, molhados e abraçados.
Ela queria poder se perder no olhar dele e se encontrar no abraço dele.
Ela queria vê-lo em uma camisa preta só porque ela acha que o preto iria realçar ainda mais os seus olhos redondos amendoados, deixando-o mais insuportavelmente lindo.
Ela queria que ele a levasse para conhecer Paris, para juntos tomarem um café enquanto ele diz coisas românticas para ela, ou até mesmo para a Irlanda, onde ela não se importaria de ficar bêbada em um pub com ele, porque ela teria a certeza de que ele cuidaria dela e a colocaria para dormir em segurança.
Ela queria segurar na mão dele e caminhar pelo parque no domingo à tarde.
Ela queria saber quais são os seus medos e contar a ele quais são os dela.
Ela queria saber quais são os seus sonhos e quem sabe, se der sorte, ouvir que ela faz parte deles.
Ela queria se perder na prazerosa sensação de ser desejada por ele e fazê-lo se sentir também desejado.
Ela queria dizer, não só essa noite, mas todas as outras, que ela é dele, não no sentido de posse, mas, no sentido de vontade própria, ela é dele.
Ela queria conhecê-lo, mas, tudo dele o que ela tem, é uma foto em preto e branco, uma foto de alguém que ela não conhece e que ainda sim, deseja com todas as suas forças.
Que ele seja real.

sábado, 12 de abril de 2014

Partida Invisível

[Você pode ler ao som de Maroon Five - If I Ain´t Got You

Aconteceu ontem. Após uma gigantesca interrupção da minha capacidade de chorar, ontem as lágrimas retornaram com força total, como se estivessem sido presas em uma represa e de repente, as barreiras cederam. É, elas estavam presas sim, eu as prendi. E não, não foi assim tão de repente, ontem quando tocaram no seu nome, eu disfarcei não estremecer, fingi não ter sido atingida, enquanto meu corpo segurava o peso de uma tonelada sobre ele, eu apenas sorri e procurei mudar de assunto.

Essa é a merda de termos amigos em comum, eles não me deixam esquecê-lo porque, sem motivo algum, porque de uma hora para outra, você vira o assunto na roda de conversa e faz vir à tona toda a alegria dos momentos que vivi com você e também, toda a dor que senti com a sua partida invisível.

Então, partida invisível foi o nome que dei para o fato de você ter ido (para sabe Deus aonde) sem ter se despedido de mim. Nenhum bilhete. Nenhuma mensagem no celular. Nenhum e-mail. Nem uma carta ou bilhete. Nenhum sinal de fumaça. Nada. Você apenas foi, como se quisesse que eu pensasse que nunca tivesse aqui estado. Mas, você esteve e quer saber? Ainda está, em todos os lugares, todas as músicas, todas as roupas, todos os sapatos, todos os filmes e todos os assuntos que tanto gostávamos de conversar. É como se você tivesse sido marcado a ferro em minha vida, sabe? O tipo de marca que não se apaga, o tipo de marca que o tempo permite apenas que fique um pouco borrada ou sem cor, mas, é algo que pra sempre ficará lá, ou melhor, aqui, em um lugar oculto do meu coração.

Uma parte inocente de mim, aquela que acredita em milagres, ainda espera pelo o seu retorno. Essa parte de mim guarda cada acontecimento que tenho vivido, cada nova experiência e descoberta, na esperança de um dia compartilhar com você, como fazíamos antes, entre os lençóis branco da cama, a água quente do chuveiro e as horas de digitação de mensagens pelo celular e pelo computador. Quanto a minha outra parte, bem, ela ainda não se conformou, ela diz que se recusa a acreditar que você não possa estar sentindo a minha falta, ela diz que em algum momento, eu tenho que aparecer em sua mente e te fazer lembrar que você um dia disse que nunca se esqueceria de mim. Na minha opinião, nenhuma das duas partes estão certas. Você não vai voltar da mesma forma que você não se lembra mais de mim. Simples assim. Tão simples quanto ao ato de chorar. De chorar as lágrimas que tanto segurei e que ontem, quando tudo isso voltou, eu deixei cair e rolar pela minha face.

Agora, me resta apenas enxugá-las e seguir em frente, seja lá o que essa frase de efeito clichê quer dizer...

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Coisas que ela aprendeu com você

[Leia ao som de Imagine Dragons - Demons]

Outro dia ela me disse que ainda não entendia o motivo dela ter te conhecido, eu vou falar pra ti, tive uma vontade de dizer que ela só o conheceu para aprender o quanto é forte e o quanto merece ser feliz, mas, eu me detive e disse apenas que você cumpriu a sua missão: A fez feliz, mesmo que a eternidade que ela esperava que durasse, tenha sido uma eternidade tão pequena. Sim, cara, você me deve uma por isso e eu vou cobrar caso você a faça chorar novamente, mesmo que sem querer fazer. 

Depois disso, ela se sentou em um canto, com um pequeno caderno nas mãos e pois-se a escrever. Parecia que ela estava escrevendo o testamento de Deus, de tão compenetrada que estava, com a caneta em suas mãos, movimentando-a freneticamente sobre o papel. Eu não quis perguntar o que ela estava escrevendo, apenas me sentei ao seu lado e esperei. E esperei mais um pouco. E mais um pouco de novo. Após cerca de uma hora de espera, em silêncio, ela me entrega o seu caderno, como se estivesse entregando o manto sagrado, e nele, ela havia feito uma lista cujo o título era: 

Coisas que eu aprendi com ele. 

Juro pra ti, eu tive vontade de rasgar o papel, como ela consegue listar o que aprendeu com você se tudo o que eu a vi aprendendo fazer, foi chorar a sua falta? Ela deve ter percebido a minha má intenção, porque ela arrancou o caderno das minhas mãos e decidiu ler em voz alta:

Ele me ensinou a fazer cálculo. Sim, eu nunca fui boa com fórmulas, ainda mais aquelas que ficam entre parênteses, e ele pacientemente fez um resumo para mim, talvez eu nunca mais o use, mas, ele me ensinou.

Aprendi também a gostar de MPB, antes, em minha playlist, tocava apenas as top internacional, agora, os nomes em inglês que muitas vezes sou incapaz de pronunciar, se misturam com nomes como Telegrama, Caçador de mim, Impossível e por aí vai.

Ele me ensinou a ter confiança em mim. Ele me viu de todas as formas possíveis, de salto, sem salto, cabelos soltos, cabelos presos, maquiada e de cara lavada, deitada, de lado, sorrindo e também, escondendo o choro, e ainda sim, a palavra linda foi dita.

Aprendi a controlar a respiração e a segurar a tremedeira, sim, praticamente desenvolvi técnicas novas de yoga, porque estar com ele me causava tantas reações diferentes que fui obrigada a aprender a lidar com elas. Ele me ensinou isso.

Ele me ensinou a rir de mim mesma, quando eu caí na frente dele, um tombo histórico, digno das videos cassetadas do Faustão, rimos juntos e agora sou capaz de rir de mim. Eu aprendi isso.

Aprendi que Deus tem um plano para todos nós, o Plano da Felicidade e que Ele, quer que sejamos felizes. Foi ele quem me ensinou a entender esse tal plano.

Ele me ensinou a ter ambição. Me ensinou que saber aonde queremos chegar é o primeiro passo para se chegar. Ele me ensinou a sonhar e a desejar.

Ele me ensinou muita coisa, só não me ensinou como não amá-lo.

Quando ela terminou, eu a abracei e então compreendi, ela a ensinou ser feliz.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

E de que adianta enterrar se o cemitério está nela?

[ Leia ao som de Impossível

Enquanto Biquini Cavadão canta Impossível ao fundo, ela vive uma sessão nostalgia presa em seu próprio e suspenso mundo. Já fazia algum tempo que ela não tinha essa recaída por ele, em queda livre, diga-se de passagem. Relendo algumas mensagens trocadas e e-mails respondidos, ela se depara com uma frase dele: " um dia você vai superar, você vai ficar bem". Deus, só ela sabe o quanto ela odiou ler aquilo há meses atrás. Tem frase menos consoladora do que essa? Quem, na face da terra acredita que realmente essa frase de efeito clichê é capaz de trazer conforto para quem está sentindo dor, aquele tipo de dor que analgésico algum é capaz de curar?

Ela retorce os lábios e sente quase o mesmo ódio que sentiu quando leu a tal frase pela primeira vez, dessa vez, nem foi tanto ódio dele, mas sim por não ter acontecido como ele disse que iria acontecer. Já deveria ter acontecido. Ela já deveria ter superado. Ela deveria agora, estar buscando boca nova para beijar e alguma outra mão macia para acariciá-la, mas, ela ainda se sente presa a ele, mesmo sabendo que os olhos dele já não a procuram mais.

Movida pela frustração, ela clica em "apagar e-mail" e como já era esperado, após alguns minutos olhando para a tela, ela clica em "cancelar". Agora, o ódio é por não ter acontecido, por ela não ter superado e também por ser fraca demais até para apagar um simples e-mail datado de tempos atrás. São tantas lembranças que ela foi obrigada a encaixotar e enterrar que às vezes, ela se pergunta se sobrará espaço para mais alguma frustração ao longo da sua vida, definitivamente, ela não sabe se suportará mais alguma agulhada em seu pequeno e agora pouco saltitante coração.

Quando o fim aconteceu, ela buscou forças dentro de si mesma para conseguir cavar o buraco para enterrá-lo, foram momentos de dor, a cada pá de lembranças que ela enterrava, lágrimas de saudades lhe escorriam a face e mesmo doendo, ela conseguiu, após algum tempo, jogar a última pá de lembranças sobre os seus sentimentos e enterrá-lo de vez, o que ela não percebeu é que de que adianta enterrar, se o cemitério está nela?

Ela ainda o sentirá forte e presente em sua vida, como uma lembrança gostosa e ao mesmo tempo amarga, como algo que não acabou, mesmo tendo acabado, porque o que ela sentiu, foi real demais para ser esquecido e sentimentos como esses, permanecem vivos, mesmo estando enterrados.


sábado, 15 de fevereiro de 2014

Passeando pelo tempo

Há quem diz que a vida aqui nesse mundo, é apenas uma passagem para o próximo, mas, e aí, devemos por causa disso, apenas viver, esperando pela próxima vida? Seria correto, apenas passarmos por ela? Oh, não, eu não acredito que seja,  não seria, de forma alguma, justo com o Universo, com o Criador, que nós apenas vivêssemos esperando pelo o amanhã melhor.

Esse amanhã melhor tem que ser hoje, porque se não, ele nunca será.

E se pudêssemos, como no filme "Questão de tempo", voltarmos ao passado? Teríamos nós, a coragem de revivermos os momentos de dor, de tristeza, de frustrações e decepções, uma vez que, são esses momentos que nos fazem crescer e sermos fortes, ou, optaríamos por apenas revivermos os bons momentos, os de alegria, de sorrisos, passeios e vitórias? Conseguiríamos reviver aquela decepção amorosa novamente? Aquela que nos fez ter a sensação de que o mundo perdeu o sentido e nada mais parecia ser importante a não ser aquela pessoa que ironicamente foi a causadora da nossa dor. Ou iríamos apenas reviver o momento em que nossos olhares se cruzaram pela primeira vez e o mundo pareceu sair de órbita, dando sentido a toda a a nossa existência? Escolheríamos passarmos novamente pela frustração de não sermos aprovados na primeira fase do vestibular da faculdade mais concorrida do planeta, ou de sermos reprovados naquela importante entrevista de emprego? Ou, iríamos escolher viver novamente a sensação gostosa da aprovação?

E quanto a dor da perda? Alguém, será que escolheria viver novamente o dia em que perdeu alguém querido? E se, nesse mesmo dia de dor, foi também o dia mais feliz da sua vida, como por exemplo, antes dessa perda, você e esse alguém reataram laços minutos antes da partida, ou, apenas foram sinceros um com o outro como nunca haviam sidos antes, dizendo o amor que sentiam, alguém estaria disposto a reviver a dor da ausência para poder sentir um pouco antes, a alegria plena?

E se pudêssemos, viver duas vezes o mesmo dia? Na primeira, seria o dia normal, onde iríamos nos estressar, chatear, sorrir, ficar apreensivos, ter medo, relaxar e na segunda, por já termos vivido ele, poderíamos aproveitar tudo, sabendo que esse tudo, seja bom ou ruim, vai passar. Talvez, tudo o que sofremos na primeira vez do dia, se transformasse em algo pequeno quando o vivêssemos pela segunda vez.

Mas, nós não podemos, nem passear pelo tempo, nem revivermos o mesmo dia mais uma vez, e há um motivo para isso: Nós só somos quem somos e o que somos, devido a tudo o que vivemos e quem fomos nos dias anteriores. Cada erro e cada acerto, foram e são essenciais para essa pessoa que nos tornamos, agora, nesse momento, hoje. O que nos resta, é agradecermos por cada sorriso dado e também por cada lágrima derramada, elas fizeram com certeza os sorrisos que vieram depois, terem mais valor e sentido. O que nos resta, é sermos gratos por cada conquista que tivemos, mas, agradecermos também as derrotas que nos fizeram cair e nos impulsionaram a recomeçar. O que nos resta, é vivermos o hoje e não apenas passarmos pelo o hoje.

Por dias mais intensos em nossas vidas, onde sejamos capazes de agradecer uma gentileza na rua, observar a beleza ao nosso redor, ouvir o som dos pássaros pela manhã sem nos irritarmos, sorrirmos com o sorriso de uma criança e sermos fortes com os testes que a vida precisa nos fazer passar.

Porque o que nos resta, é vivermos o hoje e nada pode ser melhor do que o hoje!

domingo, 2 de fevereiro de 2014

O que eu quero dizer...

E foi lendo um poema do Leminski que a ficha parece ter caído, foi como se ele, quando o escreveu, tivesse escrito para mim, quando ele diz: "O que quer dizer, diz. Não fica fazendo o que, um dia, eu sempre fiz." Ele está sim, dizendo isso para mim e bem, você me conhece bem, não é mesmo? Você sabe que eu levo meio a sério esse negócio do destino, você sabe que eu acredito que há por aí, uma força cósmica maior do que tudo e que essa força nos rege, nos move, nos para, nos segura, nos incentiva e também nos retém. Então, talvez, tenha sido essa mega força cósmica que me fez ler esse poema e me fez de uma vez por todas, dizer o que eu sempre quis.

Leminski diz que, só dizendo num outro o que, um dia, se disse, um dia vai ser feliz. Pois é, eu tô cansada de cultivar essa dor e acho que esse é o dia. Na verdade, esse dia já devia ter acontecido, desde o dia em que vi em seus olhos e ouvi em seu silêncio tudo aquilo o que eu não estava pronta para ver e ouvir. A sua fala do papo incrível, sexo ótimo e vontades parecidas, era nada mais do que você dizendo adeus a tudo o que nós possivelmente poderíamos ser. Eu sei, você não é de se aprofundar. Agora eu sei. No começo, eu pensava que era apenas você se escondendo de você mesmo, tentando fingir nada sentir porque eu acreditava que esse mundo de gostar era um pouco estranho para você, mas, eu errei, você sempre falou a verdade e eu é quem arranjei uma desculpa para a sua verdade. Você não é de se aprofundar, não porque tem medo de fazê-lo, mas, sim porque esse é você, o cara que se cansa fácil das coisas, pessoas, experiências.

No fim, eu percebi que contei uma grande mentira pra mim mesma, quando eu dizia que você tentava ser na verdade, uma pessoa que não era, eu mentia pra mim, dizendo que você no fundo era o oposto do que se mostrava pra mim, que essa casca, era na verdade o seu medo camuflado. Quão tola eu fui, você sempre foi real e eu é que não percebi que o seu real, era o oposto do que eu achava que era, eu lhe criei uma fantasia de príncipe, um príncipe que você nunca propositalmente quis ser.

Então, agora, eu digo, éramos bons, mas, não um para o outro.

domingo, 26 de janeiro de 2014

É que às vezes, o pouco é tão melhor do que o nada, que faz parecer tudo.


Quando você foi embora, levou com você um pedaço único e irrecuperável de mim. Mas, deixou também, um pedaço de você e é nesse pedaço pequeno que eu me agarrei para seguir em frente, desviando desse aperto absurdo que de vez em sempre faz o meu coração sentir. Você meio que levou um pedaço do meu sorriso, aquele sorriso abobado que eu dava sozinha enquanto suspirava pensando em você e, em troca, você deixou parte da lembrança boa de ver o seu sorriso se abrindo pra mim quando estava prestes a me beijar.

Depois que você foi embora, eu passo os dias olhando aquela pilha de livros de romance que me fazem chorar litros e pensando que eu não mais preciso deles, eu tenho agora o meu próprio drama para viver. E superar. Sabe aquelas músicas que eu ouvia e você achava um pouco estranhas? Então, acho que adquiri a discografia completa de tudo o que é rock-indie-alternativo, pode parecer estranho, mas, parece que quando as ouço, fico mais perto de você, porque quase consigo ouvir você rindo do meu gosto "diferente" para música.

É... Eu sempre fui assim, com gostos diferente para lugares, músicas, histórias e pessoas.

Eu sinto falta de você de uma forma que não posso admitir sentir. Falta das nossas conversas malucas e quase metafísicas sobre o universo, os propósitos dele, sobre a vida. Sobre nós, ou melhor, sobre você. Eu fico aqui me perguntando se você sente alguma, mesmo que pequena, falta de mim. Se me faço presente na sua vida em algum momento dela, mesmo sabendo que eu não posso e não devo me contentar com algo tão pouco assim, mas é que às vezes, o pouco é tão melhor do que o nada, que faz parecer tudo.

Agora, que você me deixou, janeiro virou inverno, o dia virou noite e o sonho, pesadelo. Agora que você me deixou, eu sinto saudades até do que nós nunca vivemos, saudades da ideia do que poderíamos ter vivido juntos.

E por falar em juntos, agora que estamos separados, vez ou nunca, eu me dou o direito de pensar em estar com outra pessoa e odeio pensar que provavelmente não terei com essa pessoa a mesma sintonia que tive com você, certamente ele, seja lá quem ele for, não será capaz de fazer sexo com amor e ainda falar a respeito como você fazia. Terei sorte se eu for capaz de confiar nele como confiei em você, em seus olhos, em seu beijo suave e quente ao mesmo tempo, em suas mãos lisas que sempre teve acesso livre ao meu corpo.

Já que você me deixou, eu estou aqui, como uma criancinha em um playground, sentada em uma gangorra à espera de alguém para vir, se sentar do outro lado do brinquedo e me fazer ir às alturas como um dia, você me fez.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Porque quando ela sorri, a sua dor é esquecida.


Ela é linda de uma forma única e singular. De personalidade forte, indecisa, brincalhona e também mandona. Ama música e nela, viaja para outros lugares que às vezes, fica difícil trazê-la de volta. E ela é espontânea.

O sorriso dela é como aquelas barreiras de contenção que tentam impedir que o rio ultrapasse os limites da cidade e transborde destruindo e levando tudo consigo. Sim, o sorriso dela é o seu escudo, a sua muralha, e a sua proteção.

Enquanto ela sorri e solta uma frenética e gostosa risada, ninguém imagina o que ela esconde. Diz a lenda que as pessoas que mais sorriem são as que mais escondem as suas dores. Que bela frase. Poderia não ser verdadeira, poderia ser apenas uma frase de efeito, mas, não é. E ela, é a prova de que não é. Ela tem uma facilidade imensa de sorrir enquanto sufoca o grito de dor em sua garganta. São tantos gritos sufocados, tantas emoções implorando para serem libertas que eu me pergunto às vezes, quantos sorrisos mais ela ainda é capaz de dar sem desmoronar? 

Muitos.

Ela adquiriu essa espécie de "dom" e bem sabemos que "dom", não se perde. Ela soube encontrar em todos os motivos que teve para chorar, força para sorrir e talvez, um dia, ela consiga encontrar também, força para chorar. Porque ela precisa verdadeiramente encontrar um motivo para simplesmente chorar.

Ela encanta e faz todos ao seu redor, com ela sorrir, não há quem consiga passar alguns minutos ao seu lado e não esboçar um sorriso que seja, uma risada apenas. Não, não tem como, porque essa garota de longos cabelos dourados, possui dentro de si a mais pura e bela das virtudes, a de sorrir. Ela traz alegria consigo, mesmo quando não acredita ter assim tantos motivos para ser feliz, ela faz o seu melhor. Ela não grita por socorro, não dá murros em paredes, talvez com suas luvas de boxes, ela dê murros nos sacos de areia, mas, ninguém sabe o quanto ela sofre no silêncio da noite, com a cabeça em seu travesseiro e a claridade da luz sobre si. 

Essa é ela. Esse é o sorriso dela. Porque quando ela sorri, a sua dor é esquecida e eu aprendi com ela que sorrir, é o melhor remédio.

sábado, 11 de janeiro de 2014

Momento Errado - Resenha



Manuela e Leonel colidem nas escadas da faculdade, dando início a uma grande e diferente amizade. Ele faz pós graduação em Marketing e tem planos de se mudar para o exterior em pouco tempo. Ela está no sexto semestre de publicidade e propaganda e estagia em uma das maiores agências da cidade.

Aos poucos, eles vão se conhecendo e se mostrando um para o outro como são de verdade.

Entre horas de conversa pela internet e banho de banheiro no motel, eles compartilham sonhos, dividem desejos e conversam até sobre crenças e religião,

Ele faz o tipo "não sou bom em relacionamentos" e para se defender de possíveis frustrações, construiu o que ela chama de 'Muralha da China" ao seu redor.

Ela tenta de todas as formas resistir ao jeito confuso dele, luta contra seus sentimentos mais puros e também mais escuros na tentativa de não se deixar levar pelos olhos caramelos dele.

Ele é cheio de metas. Ela, vive em dois mundos, entre a vida real e o mundo fantástico. Ele está no 3.0 e ainda busca sentido para a sua vida. Ela, apenas vive, sem se preocupar com o sentido. Ele é prático e lógico. Ela é dramaticamente romântica e sonhadora. Ele segura as palavras e controla sentimentos. Ela é intensa, não suporta fingir não sentir.

Ele quer conhecer o mundo. Ela fez dele, o mundo dela.

Ele consegue ver a alma dela através dos seus olhos. Ela consegue ver nele tudo aquilo que ele teme demonstrar. E apesar de todas as diferenças, eles descobrem que tem muitas coisas em comum, descobrem sonhos parecidos, gostos semelhantes e vontades similares.

Ele diz que ela é a pessoa certa, só que na hora errada. E é quando ela então, passa a questionar se realmente existe a hora certa.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Das perguntas que quero fazer

[ Leia ao som de Western Haunts - It´s Not Enough clicando aqui]

Oi.
Eu preciso da sua ajuda.
Sabe, tenho um amigo, por assim dizer, um amigo com quem eu costumava conversar bastante, não sobre mim, porque foram as poucas as vezes que fizemos isso, conversávamos sobre ele. Era assim, sempre sobre ele, porque quanto mais ele falava sobre ele, mais "real e humano" ele parecia ser. Aí, então... De repente (como se o de repente existisse) eu comecei a sentir falta disso. Talvez, ele não saiba que me faz bem falar com ele. Sobre ele. Eu já até disse a ele que ele foi o meu objeto de estudo. E foi. Estudei bastante. Cada atitude dele.

O seu humor confuso e bipolar, já nem me confundia mais. Eu disse a ele que havia me tornado PhD. Nele. Me tornei. Afinal, amigos se tornam especialistas em identificar o humor do outro, certo? Sei lá... Acho que sim. Ou, talvez não. Eu só sei que nessa história de de repente, eu tô sentindo falta desse meu amigo. Tenho umas várias perguntas para fazer para ele, pularia até aquelas mais clichês do tipo: "Como você está" ou " Está feliz". Eu iria mesmo é direto ao ponto, para as perguntas das conversas começadas e não terminadas. Iria me sentir como uma jornalista, por causa das várias perguntas. 

Não que eu fosse fazer uma matéria para a Caras, se fosse uma matéria, seria na verdade para a Superinteressante. Mas, as perguntas que tenho para fazer, não dariam uma matéria, são perguntas corriqueiras, sabe? Sobre o dia a dia desse amigo, perguntas banais. Queria aproveitas a tal ideia da virada do ano que sempre nos motiva a fazer novos planos e perguntar a ele quais são os planos e metas dele para esse novo ano, perguntar qual é a previsão astrológica para o signo dele, como seu eu já não tivesse lido...

Essa e tantas outras perguntas eu faria, mas, esse amigo anda meio sumido, viajando por algum espaço intergalático, fazendo algo no mínimo mais interessante do que conversar com a amiga dele, que está aqui, querendo conversar. 

Não sobre ela, é claro.

Então, me diz, você como meu amigo, o que acha que eu devo fazer?

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