sábado, 12 de abril de 2014

Partida Invisível

[Você pode ler ao som de Maroon Five - If I Ain´t Got You

Aconteceu ontem. Após uma gigantesca interrupção da minha capacidade de chorar, ontem as lágrimas retornaram com força total, como se estivessem sido presas em uma represa e de repente, as barreiras cederam. É, elas estavam presas sim, eu as prendi. E não, não foi assim tão de repente, ontem quando tocaram no seu nome, eu disfarcei não estremecer, fingi não ter sido atingida, enquanto meu corpo segurava o peso de uma tonelada sobre ele, eu apenas sorri e procurei mudar de assunto.

Essa é a merda de termos amigos em comum, eles não me deixam esquecê-lo porque, sem motivo algum, porque de uma hora para outra, você vira o assunto na roda de conversa e faz vir à tona toda a alegria dos momentos que vivi com você e também, toda a dor que senti com a sua partida invisível.

Então, partida invisível foi o nome que dei para o fato de você ter ido (para sabe Deus aonde) sem ter se despedido de mim. Nenhum bilhete. Nenhuma mensagem no celular. Nenhum e-mail. Nem uma carta ou bilhete. Nenhum sinal de fumaça. Nada. Você apenas foi, como se quisesse que eu pensasse que nunca tivesse aqui estado. Mas, você esteve e quer saber? Ainda está, em todos os lugares, todas as músicas, todas as roupas, todos os sapatos, todos os filmes e todos os assuntos que tanto gostávamos de conversar. É como se você tivesse sido marcado a ferro em minha vida, sabe? O tipo de marca que não se apaga, o tipo de marca que o tempo permite apenas que fique um pouco borrada ou sem cor, mas, é algo que pra sempre ficará lá, ou melhor, aqui, em um lugar oculto do meu coração.

Uma parte inocente de mim, aquela que acredita em milagres, ainda espera pelo o seu retorno. Essa parte de mim guarda cada acontecimento que tenho vivido, cada nova experiência e descoberta, na esperança de um dia compartilhar com você, como fazíamos antes, entre os lençóis branco da cama, a água quente do chuveiro e as horas de digitação de mensagens pelo celular e pelo computador. Quanto a minha outra parte, bem, ela ainda não se conformou, ela diz que se recusa a acreditar que você não possa estar sentindo a minha falta, ela diz que em algum momento, eu tenho que aparecer em sua mente e te fazer lembrar que você um dia disse que nunca se esqueceria de mim. Na minha opinião, nenhuma das duas partes estão certas. Você não vai voltar da mesma forma que você não se lembra mais de mim. Simples assim. Tão simples quanto ao ato de chorar. De chorar as lágrimas que tanto segurei e que ontem, quando tudo isso voltou, eu deixei cair e rolar pela minha face.

Agora, me resta apenas enxugá-las e seguir em frente, seja lá o que essa frase de efeito clichê quer dizer...

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