sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Sobre paixões à primeira vista


Ela soube que estava ferrada no instante em que ela te viu sentando naquele banco de madeira branco de tábuas tortas, com as mãos sobre os joelhos, olhando para a direção dela. O coração dela palpitou de uma forma diferente. Ele não acelerou e nem parou, apenas, palpitou diferente, em uma contraditória calmaria, fazendo ela sentir como se estivesse finalmente encontrado o cara certo.

Ela soube que estava em apuros, quando trocou com você as primeiras palavras e nervosa, fez alguma piadinha que o fez o rir. Quando você sorriu, os olhos dela brilharam de felicidade e ela disse a si que aquele era o sorriso mais lindo que ela já tinha visto e então, desejou silenciosamente, poder vê-lo sorrir mais e mais vezes.

Ela soube que aquilo não ia dar certo, quando sentiu uma vontade desesperadora de ver você de novo. E de novo. E de novo. E ela buscou motivos para isso, forçou situações e forjou encontros ocasionais, tudo porque mesmo sabendo que ela estava ferrada e em apuros, a necessidade de olhar para você, com a sua beleza estonteante e singular, era maior do que o medo das consequências por ela estar se rendendo tão facilmente àquele sentimento insano.

Ela soube que precisava fugir, quando percebeu uma inexplicável ligação com você, como se o coração dela tivesse reconhecido o seu e de repente, ela se pegou desejando saber o que te faz feliz, o que te deixa triste, quais são os seus sonhos, as suas metas, a sua cor favorita, as suas manias e se você gosta de The Beatles como ela.

Ela pressentiu que estava sendo sugada para um buraco negro no centro do universo quando o viu pela primeira vez colocar as mãos dentro dos bolsos em um gesto de timidez. Foram tantas outras vezes depois, que ela agora já sabe até em quais momentos você se esconde.

Ela viu o céu se inverter com a Terra quando você apareceu pela primeira vez com aquela camisa azul daquela marca de playboy com um A na frente e notou o quão malditamente sexy você fica dentro dela, com os seus fortes braços gritando em plenos pulmões "olhem para mim".

É... ela se perdeu, como alguém que se aventura a desbravar sem guia a Mata Atlântica , quando você sorriu e suas saltitantes covinhas apareceram pela primeira vez.

Sim, ela soube que seria você, porque  ela acredita que o amor nem sempre é calmaria, que ele às vezes nos faz enfrentar o desconhecido mesmo estando com medo e assustados e ela sabe que as pessoas passam a vida toda buscando exatamente aquilo o que ela encontrou... quando ela o viu naquele banco branco de madeiras tortas.


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