segunda-feira, 20 de março de 2017

Calmaria




Ele a segurou e tocou-lhe o rosto.
Olhando nos olhos dele, ela deslizou os dedos através de de seus cabelos e suspirou, desejando profundamente ser capaz de jamais se esquecer daquele momento. Ela gostaria de poder congelar aquele pequeno instante de felicidade, onde seu coração trabalhava mais forte do que ela mesma podia suportar, só para que sempre que estivesse triste retornasse àquele dia e a lembrança dele a aquecesse nas noites solitárias.

Trocaram carícias com o olhar, não havia pressa, não havia urgência, era como se não houvesse mais ninguém no mundo, como se fossem os únicos habitantes dele. Eram eles. Somente eles. E todas as suas emoções e sentimentos.

E então eles se amaram.

Não foi como uma explosão de fogos de artifício em noite de ano novo ou como um grito de vitória após um campeonato difícil, foi como um passeio de barco em um oceano de águas calmas, foi como tocar as nuvens enquanto gotas frescas caiam delas.

Eles se amaram através de olhares.
Se amaram ao se tocarem.
Se amaram até através das frases não ditas.

Ao ritmo de uma melodia nostálgica, velejaram juntos desbravando oceanos. Perderam-se e encontraram-se e ela nunca teve tanta certeza de que ali era o seu lar como teve naquele amanhecer ensolarado.

E quando acabou, descobriu que havia conseguido. Ela havia eternizado dentro dela, em suas lembranças, aquilo que somente ele era capaz de oferecer-lhe, e ela soube que jamais o esqueceria por isso.


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