Aceitar um encontro com você é tipo a porta de entrada para vícios maiores, como aquela vontade maluca de sempre estar junto e, você sabe, somos perfeitos demais entre quatro paredes e imperfeitos para o mundo. Recusar, é condenar a mim mesma a um castigo que nem sei se mereço, é me trancar em uma cela e arremessar a chave no rio que deságua no oceano.
Quando estamos juntos, somos tão bons sendo nós dois, que a vida lá fora se torna insignificante. Somos um quebra cabeça de duas peças, o encaixe perfeito que faz a roda gigante girar dentro de mim e me leva a gritar mentalmente aquilo o que eu não posso dizer.
Enquanto casais escancaram para o mundo o seu amor, compartilham fotos de mãos dadas ou colecionam curtidas na atualização de status de relacionamento, a gente se funde, se encontra, se perde, se reencontra, se encanta, na solidão de dois corpos nus, sem ressalvas, sem medos, sem julgamentos.
É no silêncio das palavras, que habita aquilo que nos une, que nos torna fogo, paixão, tesão e compreensão.
A gente dá certo assim, no calor da pele molhada, na risada abafada, na despedida calada.
É em nosso paraíso secreto que soltamos nossas angústias, dividimos nossos sonhos, expomos nossos medos e escondemos nossos sentimentos. Em nosso pequeno mundo, onde tudo é permitido, a gente sabe que há mais amor e cumplicidade do que em muitas fotos de Facebook.
Escolhemos assim, não dividirmos com os outros aquilo que é tão bom ser somente nosso. Pertencemos um ao outro, estejamos juntos ou não, esteja você em nossa cama, ou em uma outra qualquer, somos um imã gigante atraindo o melhor e o pior de cada um.
E que sejam felizes aqueles que dividem uma vida diariamente, tão quanto somos nós, que dividimos esporadicamente. Que se amem escandalosamente, assim como fazemos silenciosamente.
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