terça-feira, 3 de maio de 2016

Quando o não é um sim


Eu queria olhar em seus olhos e sem recuar, ser capaz de dizer não.
Eu queria conseguir te mandar uma mensagem dizendo para não me procurar mais e deletar a nossa história, como se deleta uma conversa no Whatsapp.

Queria apagar o seu telefone dos meus contatos e seu e-mail da minha lista.

Mas eu não posso.

Queria não sentir esse maldito frio na barriga toda vez que você me procura, queria não sorrir como uma boba quando ouço o barulho de nova mensagem recebida, queria não sentir o ar abandonar meus pulmões cada vez que você diz que está com saudades.

É que às vezes, você me desconserta.

Queria te chamar para tomar um café, ou então, um porre ao meu lado. Sentar em uma mesa de bar, dessas que ficam nas calçadas, no começo da tarde e só sair delas, no fim da noite. Talvez você tivesse que me carregar de volta para casa, ou talvez, pudesse me carregar para a sua casa.

Eu queria não sentir minhas pernas bambeares em antecipação a cada um de nossos encontros e queria que alguém apertasse o botão e fizesse parar essa roda gigante dentro do meu estômago. Você me tira a gravidade, me faz perder o meu eixo e com extrema facilidade, vira o meu mundo de cabeça para baixo.

Ou talvez, o coloca no lugar.

Eu queria que você soubesse que no fundo, para cada não que quero dizer, é na verdade, um sim desesperado querendo sair.

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