Me dê motivos para eu te esquecer.
Me dê motivos para eu não mais me importar com você.
Me dê motivos para eu deixar de te amar mesmo quando não sou amada por você.
Me dê motivos e se eu te procurar pra dizer que estou com saudade, ignore.
Me dê motivos e se eu te mandar um e-mail com alguma matéria interessante dizendo que ela me lembrou você, por favor, não responda.
Me dê motivos e se estivermos caminhando na rua e cruzarmos um, o caminho do outro e meus olhos vacilarem e insistirem em encarar você, eu te peço, finja que não viu.
Se num domingo à noite qualquer eu te mandar uma mensagem dizendo que a minha vida está uma merda, não responda.
Também não responda quando eu disser que só você era capaz de me entender. Ignore se eu te ligar pra dizer que me dei muito bem em algum projeto ou que nada saiu como eu esperava.
Me dê motivos e não me dê atenção se eu insistir em agir como se você ainda fizesse parte da minha vida, como se eu ainda fosse importante para a sua, peça para eu te deixar em paz se por acaso, eu perder o controle qualquer dia desses e dizer que sinto a sua falta e que quero te ver.
Me dê motivos para não ter mais motivos para pensar em você.
Essa é a história dela. Mas podia ser sua ou de qualquer outra pessoa.
Essa é a história da garota que como qualquer outra, quando está apaixonada, acreditou que teria encontrado a sua alma gêmea (existe mesmo?), e como uma boa boba apaixonada, não se cansava de exaltar as qualidades dele: bonito, inteligente, divertido, engraçado, sexy... mas, o que ela mais gostava nele, não eram as suas qualidades, não era sobre ele, era sobre ela, era como ele a fazia se sentir, era como se ela se tornasse outra pessoa ao lado dele ou sob o efeito e influência dele, ele a fazia ir além, a fazia questionar coisas que antes, lhes eram banais, a fazia sonhar com coisas que até então, nunca se permitira sonhar, talvez, por achar que não merecia. Ele a fazia acreditar que merecia. Seja lá o que fosse, ela merecia.
Mas, como essa história, que é dela, poderia ser de qualquer outra pessoa, não poderia fugir a regra de ser apenas mais uma história, não é mesmo? Aquela em que a gente cria quando entra no estado da paixão cega, pra depois descobrir que tudo não passou de um simples “achar”.
E o mesmo achar que construiu essa história, (o achar que havia encontrado a tal alma gêmea) destruiu algum tempo depois (ao achar que na verdade, ela não existiu).