Com as mãos trêmulas, ela buscou o nome dele em sua lista de contatos, leu e pronunciou cada letra do seu nome como se o estivesse chamando silenciosamente, desejando que de alguma forma, ele soubesse o quanto ela sente a sua falta.
Falta das conversas. Falta das brincadeiras. Falta dos sorrisos. Falta de algo que existiu e do que também não existiu. Talvez, nada tenha existido de fato, mas para ela existiu.
A música deles estava tocando no rádio, talvez tenha sido isso que a motivou a desejar falar com ele, da mesma forma que desejou que ele a segura-se pela cintura, como somente ele sabia fazer e a tirasse para dançar a música que era deles, e que nunca dançaram.
Sim, algo existiu.
Caso o contrario eles não teriam uma música, teriam?
Seu coração estava acelerado, ela quase ligou para ele, ela quase escreveu para ele, ela quase...
Mas a vida não é feita de "quases", tampouco é feita de atos impensáveis ou impulsivos. A vida é feita de atitudes pensadas e foi por pensar demais que ela desistiu, fechou o celular e expulsou da mente a ideia insana de procurá-lo.
Ela sempre odiou despedias e sempre as evitou, mas pela primeira vez, sentiu falta de uma. Quando existe despedida, existe um ponto final, que passa a ser o ponto de partida para seguir em frente, seja para pegar um avião e cair no mundo, para um relacionamento ou um projeto. Enquanto não há despedida, não há ponto. E se não há ponto final, não há término, há apenas a inércia da dúvida, o limbo escuro das incertezas.
Ela queria que pelo menos tivesse havido uma despedida, um "até um dia", na pior das hipóteses, um adeus.
Ele partiu e junto, partiu seu coração.
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