sábado, 16 de julho de 2016

32 Anos de Gratidão


Há exatamente um ano, em meu aniversário, assumi o propósito de todas as noites, ao me deitar, silenciosamente agradecer dez coisas e pedir somente três. Então, comecei a agradecer por estar viva e por coisas que aconteciam comigo naquele dia, semana ou mês.

Alguns meses depois, eu assisti um video onde fazia a seguinte pergunta: E se você acordasse amanhã e tivesse somente aquilo que agradeceu na noite anterior?

Daquele dia em diante, eu percebi que eu não tinha somente dez coisas para agradecer, haviam noites que eram tantos agradecimentos, que ou eu não pedia nada, ou, pedia somente uma coisa. A mesma coisa. Sempre.

Se antes eu agradecia por estar viva ou por algo legal que me acontecia, a partir daquele dia, eu passei a agradecer por andar, enxergar, ouvir, falar, por ter o que comer, por ter água na torneira e um carro na garagem.

Se antes eu agradecia por ter um emprego, eu passei a agradecer por ter o privilégio de amar o meu trabalho, por ter gestores que admiro, por estar sempre motivada, pelo o meu salário e passei a abençoar o local onde passo a maior parte do tempo.

A lista de agradecimentos só aumenta, nunca diminui.

Em Janeiro desse ano, além dos meus agradecimentos diários, criei um caderno de agradecimentos e desejos, listei nele tudo o que eu me lembrava de agradecer, em outra parte, todos os meus desejos, em outra, os mesmos desejos com imagens coladas e em outra, meus projetos a longo prazo. Ele se tornou o meu caderno de visualizações e em paralelo, criei um pote de agradecimentos, e passei a colocar nele alguns agradecimentos, quando algo extraordinário acontece, eu corro escrever e colocar nele.

Eu criei o hábito de agradecer.

Antes de começar a escrever esse post, eu escrevi em meu caderno, com o mesmo título, 32 anos de gratidão, tudo o que eu me lembrava, desde pequena, e para a minha surpresa, foram quase cinco páginas de gratidão.

É claro que não vou escrever tudo aqui, mas não posso deixar de dizer que fora o que já citei acima, sou grata pela a família que construí, pela a filha que tenho, estudiosa e carinhosa, pelo marido que está longe de ser um príncipe encantado (se nem os personagens em minhas histórias são, por que ele deveria ser?), mas que me ama e cuida de mim e de minha filha com zelo e carinho. Por ter escrito Momento Errado e por ter tido inspiração para escrever Momento Certo e por continuar a escrever. Por cada comentário lindo que recebo por causa dos meus livros,


Gratidão também por todas as decepções que passei e por cada vez que estive no fundo de algum poço e encontrei forças para voltar à superfície.

Gratidão pelos quase 150 mil acessos em meu blog sobre dependência química e por cada pessoa que pude ajudar com ele e com minha história.

Gratidão por ter encontrado a minha recuperação para a codependência.

Gratidão pelas pessoas que entraram em minha vida, pelas as que passaram e pelas que nela ficaram.

Gratidão por todas as viagens que já fiz, em especial a mais recente, para Orlando.

Gratidão pela a minha saúde e a das pessoas que eu amo (e também a do meu cachorro).

Gratidão por eu não ter medo de amar.

Gratidão por ser quem sou.

Hoje, dia em que faço trinta e dois anos, tenho maturidade o suficiente para entender que não posso ter tudo o que quero, mas que posso agradecer pelo o que já possuo e percebi que fazer isso, me leva a conquistar não bens materiais somente, mas um bem que dinheiro algum é capaz de comprar: paz interior.

Portanto, seja bem vindo, meus trinta e dois anos! Vamos fazer desse ano, um ano maravilhoso!

domingo, 3 de julho de 2016

Ela era...



Ela tinha um jeito selvagem de encarar a vida, para ela, tudo era sentido ao extremo,
ela sobreviveu a tantas provações, enfrentou o desconhecido, fora brutalmente testada pela vida tantas vezes, lutou tantas guerras, e as piores delas foram aquelas travadas dentro dela mesma, em seu coração e em sua mente.

Ela tinha uma coragem invejável e uma vontade insana de ser feliz.

Ela não tinha medo de derramar suas lágrimas nem tampouco abrir o seu coração. E não só o abriu como também o entregou para aquele que ela julgou ser a pessoa certa a recebe-lo. Ela era intensa. do tipo que se jogava antes mesmo de calcular a profundidade, ela apenas seguia os seus instintos, eles eram o grande guia dela.

Ela tinha aquele dom de dizer que estava tudo bem, mesmo quando o mundo parecia desabar dentro dela, mesmo quando ela era sugada para um buraco negro dentro de seus próprios pensamentos e de seus medos. Ela sabia sorrir, mesmo quando a sua alma chorava.

Ela nunca fora aquele tipo de mulher que completa a vida do outro, ela simplesmente nascera para transbordar e nunca se contentou com nada menos do que isso. 

Ela era inquieta. Curiosa. Adorava saber sobre os astros, Deus, o universo e sobre os sonhos dele, o rapaz que ganhara o seu coração. E por falar em coração, ele era a sua força e também a sua fraqueza, tudo porque ela tinha um "que" para amores trágicos, daqueles que não tinham como dar certo. Histórias de amores impossíveis, sempre a atraíram mais.

 Ela tinha uma necessidade de se sentir amada que lhe crepitava a alma. Ela não desejava ter um príncipe encantado, ela nunca gostou deles, os achava entediantes, também nunca se sentiu como uma donzela em perigo, ela mesma era capaz de domar a fera e até se tornar amiga dela, mas ela gostava mesmo era daqueles que demonstravam coragem para desafiá-la.E era assim que ele era. Era isso que ele fazia a ela. A obrigava a ir além, a fazia visitar mundos nunca antes desbravados, a contrariava nas pequenas coisas e isso a irritava como um inferno. E ela o amava por isso.

Ela exalava mistério e tinha um jeito intrigante de sempre se recuperar das quedas, podiam quebrá-la em vários pedaços, mas, como a ave fênix, ela sempre ressurgia das cinzas.

Ela era do tipo que sempre encontrava um jeito quando as coisas não estavam indo bem, do tipo que consertava se algo se quebrasse, que arrumava quando algo virava bagunça e que recomeçava quando tudo acabava.

Ela era firme em suas escolhas e dedicada às suas convicções, mas ela era incapaz de magoar alguém por vontade própria.

Ela soube viver o amor, daquele tipo de amor que não se explica, apenas se sente. Aquele tipo de conexão que não se perde com o tempo, mas dona de um otimismo feroz, ela sabia que matar alguns sentimentos, fazia parte do processo, ela só queria que todos soubessem que foi em legítima defesa.


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